Neologismos
Antes de mais nada, quero felicitá-los pelas cuidadosas e precisas explicações às dúvidas formuladas. Destaco os comentários sobre o plural de decibel. Magnífico!
Ilustra uma polêmica freqüente nas revisões de textos técnicos. Muitos técnicos e cientistas, principalmente no Brasil, acreditam que não precisam usar as regras da gramática portuguesa nos seus escritos técnicos. Nasce assim entre eles uma linguagem distorcida e idiossincrática num hermetismo até anticientífico. O mais comum é a criação de neologismos, principalmente, mal aportuguesados do inglês, para exprimir pensamentos já representados por vocábulos da nossa língua. Este é o caso da palavra “massivo”, cada vez mais usada no jornalismo brasileiro para traduzir “massive”, quando a tradução correta é maciço. Entre muitas outras, tenho encontrado “intervencionar” para exprimir intervir, “revegetar” para substituir replantar.
Depois de procurar em vão, como já esperava, por estes neologismos nos melhores dicionários de nossa língua, deparei-me na Internet com um "Portal da Língua Portuguesa" (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) que até conjugava o verbo “intervencionar”.
Pergunto, pois, quais as regras e os cuidados na criação de neologismos? É aceitável usar neologismos no lugar de palavras já existentes, mesmo que já figurem como tradução de termos estrangeiros nos melhores dicionários bilíngües? Qual a orientação sobre este assunto que posso ter ao fazer revisões nos textos técnicos?
