O tipo de adjetivos em questão são sempre inavriáveis mesmo quando ocorrem como predicativo do sujeito, ou seja, depois de um verbo copulativo como ser, estar ou ficar.
Segundo a Gramática do Português da Fundação Calouste Gulbenkian de Eduardo Buzaglo Paiva Raposo et alii, na pág. 1363, «os adjetivos concordam em género e número com o nome modificado, quando têm função atributiva, ou com o sintagma nominal sujeito, quando têm função predicativa».
a) Como é referido na Gramática consultada (pág. 1376) os adjetivos de cor são classificados como qualificativos (...).
Este grupo inclui adjetivos morfologicamente simples, como azul ou verde e adjetivos derivados, como avermelhado, azulado ou esverdeado, e adjetivos como azul-escuro, azul-turquesa, cor-de-rosa ou verde-garrafa. Neste último caso, por vezes, ocorre apenas um dos elementos do composto (o mais específico enquanto tonalidade): cf. rosa, salmão ou turquesa. Tal como os restantes adjetivos atributivos, os adjetivos de cor simples e derivados concordam em género e número com o nome modificado (cf. vestidos azuis, calças avermelhadas), enquanto os adjetivos compostos não flexionam (cf. almofadas cor-de-rosa, lenços cor de mel, colares azul-turquesa), a menos que o último elemento do composto seja um adjetivo, nesse caso o adjetivo é o único elemento do composto a concordar com o nome (cf. casacos vermelho-escuros).
Assim, devemos dizer:
1. Blusas rosa/ blusas cor-de-rosa
2. Ternos cinza/ ternos cinza-rato/ ternos cinza-escuros
b) Na frase «as blusas são rosa», o adjetivo tem uma função predicativa.
Segundo a Gramática do Português da Fundação Calouste Gulbenkian, pág. 1361, «quando as predicações de base adjetival constituem orações, a ligação entre o sujeito e o predicado é feita por um verbo de cópula, como ser e estar, entre outros; estas orações chamam-se orações copulativas».
Neste caso o adjetivo rosa não flexiona porque faz parte de um adjetivo composto, sendo a tonalidade rosa destacada, como se referiu na alínea a).
Relativamente a «festas monstro», ou melhor, festas-monstro, de acordo com Dicionário Houaiss (2001), «[monstro] após um substantivo, ao qual se liga por hífen, é invariável e funciona como determinante específico, com significado de "excepcionalmente grande, descomunal" (p.ex.: comício-monstro, recepções-monstro)». Não se espera, portanto, que monstro, nestes casos, possa ocorrer como predicativo. Para essa função, recorre-se ao adjetivo monstruoso ou aos seus sinónimos. Mesmo assim, prevendo a possibilidade do uso adjetival e predicativo de monstro, poderá aceitar-se a concordância no registo informal: «a festa é/foi monstra», «as festas foram monstras», «os concertos são/foram monstros». Nenhum destes usos, que se afiguram informais, impedirão o uso nominal de monstro como predicativo do sujeito, por exemplo, como em «estas festas são uns monstros (de divertimento)».