Consultando o Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, verifica-se que, das formas que a consulente usa adjectivalmente, só creme é, além de substantivo masculino, um adjectivo que se flexiona nos dois géneros. Este aspecto levanta alguns problemas, pois não há consenso quanto ao uso adjectival de substantivos que designam cores. Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática Portuguesa, recomenda a utilização das «tradicionais maneiras de adjetivar, com o auxílio da preposição “de” ou das locuções “de cor”, “de cor de” ou, simplesmente, “cor de […]: “olhos de verde-mar”, “ramagens de cor verde-garrafa, “luvas de cor de pele”, “olhos cor de safira”, “olhos verdes da cor do mar”» (pág. 146). No entanto, Evanildo Bechara lembra Mário Barreto, que defendia a invariabilidade do uso adjectival do substantivo em casos como «fitas creme» e «luvas café» (ibidem).
Em que ficamos? Parece-me que é possível conciliar o que expus da maneira seguinte:
– creme tem plural, tendo em conta o que define Rebelo Gonçalves;
– violeta, púrpura e pastel, quando usados adjectivalmente, têm só singular (ou tendem a ser utilizados só no singular), de acordo com todos os autores que atrás referi.