Encontra-se muita informação sobre a criação e uso de lusíada no artigo que lhe dedica Virgínia Soares Pereira no Dicionário de Luís de Camões (Editorial Caminho, 2011), coordenado por Vítor Aguiar e Silva.
Nesse texto refere-se que o termo foi criado pelo humanista português André de Resende (c.1500–1573), num poema latino de 1531, no contexto da literatura neolatina, portanto, durante o movimento de recuperação do latim clássico que caracterizou o Humanismo e a época do Renascimento. O termo volta a ser utilizado por Resende em 1534, ainda em latim e sempre como termo literário, até Camões o ter empregado como título do seu poema épico.
Quanto a lusitano, não é de admirar que o seu uso em português seja surpreendentemente tardio, porque se trata de uma palavra erudita. O português medieval parece desconhecê-lo. Contudo, segundo o mesmo artigo de Virgínia Soares Pereira, a palavra lusitanus, em latim, figura num texto português de 1545, também de André de Resende. Não é, portanto, implausível que o termo já tivesse adaptação ao português em meados do século XVI.
Acrescente-se que lusíada é um nome e adjetivo derivado do antropónimo Luso, «personagem mitológico, filho ou descendente de Baco (identificado com Liber, antigo deus itálico), que teria povoado a parte ocidental da Península Ibérica» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).