1. O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa vai passar por uma renovação gráfica e estrutural que decorre entre 24 e 29 de outubro. De modo a facilitar as tarefas inerentes a este processo, fica inativo o formulário para envio de perguntas e encerra-se temporariamente o Consultório. É possível que, durante o referido período, o acesso às demais rubricas – Na 1.ª Pessoa, Atualidades e Outros – registe interrupções, mas as rubricas "Desafio Semanal" e "100% Português", sem esquecer ainda "Ciberdúvidas Responde" e "O Ciberdúvidas Vai às Escolas", continuarão ativas no Facebook, no Instagram, no TikTok e no Youtube. A finalidade da presente mudança é agilizar a leitura e pesquisa de respostas e artigos, bem como apresentar novas rubricas, de modo a promover tanto o uso normativo da língua portuguesa como a consciência da sua diversidade, valorizando sempre o extraordinário património desta língua atualmente partilhada por oito países.
2. O desafio "100% Português" propôs aos seus seguidores no Facebook encontrar palavra portuguesa para dizer o mesmo que scroll. Este anglicismo é recorrente quando, num ecrã, é necessário manipular a visualização ativa por meio da barra vertical ou horizontal aí disponível. Em Portugal, pelo menos, para aceder a áreas de conteúdo não imediatamente visíveis, diz-se com frequência «fazer scroll», em que fazer funciona como verbo leve (ou de suporte) e scroll é um verbo inglês que significa «deslizar, deslocar». Os comentários recebidos favorecem o verbo deslizar, seguido de deslocar e rolar, cujos usos no contexto em apreço subentendem «barra de deslocamento». Infere-se que, para os movimentos de scroll up/down, se diga explicitamente «deslizar (a barra) para cima/baixo». Num contexto informal, parece igualmente aceitável o uso causativo destes verbos, como no seguinte exemplo: «para ler o texto não é preciso deslizar/deslocar/rolar o ecrã» (em vez de «fazer deslizar/deslocar/rolar o ecrã»). É caso para dizer que, por vezes, a solução portuguesa se encontra não numa correspondência literal com o inglês mas, sim, na exploração das virtualidades expressivas do português.
3. A presente atualização é marcada pelo tema da diversidade linguística, que é discutido em duas rubricas diferentes:
– em O Nosso Idioma, a consultora Inês Gama dá conta de como, a propósito dos 45 anos de carreira do grupo GNR, a emblemática canção Pronúncia do Norte volta a ganhar destaque através de uma homenagem promovida pela Rádio Comercial;
– em Controvérsias, o gramático brasileiro Fernando Pestana defende a unidade da língua portuguesa, apesar das diferenças entre a variedade do Brasil e a de Portugal.
4. Individualidade e individualismo são sinónimos? Não são, e a consultora Sara Mourato explica porquê num apontamento incluído no Pelourinho, a propósito da confusão entre as duas palavras que se lia em certo periódico desportivo.
A propósito de confusões e deslizes lexicais, registe-se a troca de tráfego por tráfico que se ouviu na rubrica "E o vencedor é..." (7:10 a 7:28) da Rádio Observador, em 22/10/2025. Sobre este tópico, leia-se a resposta "Tráfego, tráfico e trânsito" (19/10/2019) e o artigo "Tráfego e tráfico" (30/04/2024).
5. Por que razão se pode dizer «necessitam de professores que valorizem o seu tempo», com o verbo da subordinada no conjuntivo, mas é obrigatório o indicativo em «necessitam de mim, que valorizo o meu tempo»? A pergunta faz parte do conjunto de cinco que atualizam o Consultório e incluem ainda: a forma "banditagem" está correta? Como analisar a frase «fui ao cinema ver uma fita»? Diz-se «entrevista do ministro ao jornalista» ou «entrevista do jornalista ao ministro»? O adjetivo asiático pode funcionar como nome?
6. Nos projetos em vídeo do Ciberdúvidas: no episódio 46 de "Ciberdúvidas Responde" descrevem-se as circunstâncias em que se omite o artigo definido antes de nome próprio de pessoa; e em "O Ciberdúvidas Vai às Escolas", no seu episódio 41, clarifica-se a diferença entre os pronomes relativos que figuram nas expressões «trabalho no qual os alunos têm créditos» e «trabalho que tem créditos».
7. São de registar:
– o Festival Escritaria, que tem lugar em Penafiel, de 20 a 26 de outubro;
– as declarações da vencedora do Prémio Camões 2025, Ana Paula Tavares, acerca do desconhecimento a que é votado Camões em Angola;
– em 31/10/2025, no Anfiteatro I da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, às 18h30, a mesa-redonda com o título “O Futuro das Humanidades”, organizada pelo grupo Clepsydra.
8. Sobre as Notícias que registam os temas dos programas de rádio que a Associação Ciberdúvidas produz para a rádio pública de Portugal, esta semana, ambos são preenchidos com uma entrevista a uma das vozes mais marcantes da literatura em língua portuguesa: Ana Paula Tavares, poeta, historiadora e ensaísta angolana, recentemente distinguida com o Prémio Camões 2025. Relembra-se que:
– Língua de Todos é difundido pela RDP África, na sexta-feira, 24/10/2025, às 13h20* (repetido no dia seguinte, c. 09h05*);
– e Páginas de Português tem emissão na Antena 2, no domingo, 26/10/2025, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, 1/11/2025, às 15h30*), contando ainda com a participação da professora Carla Marques, que apresenta um apontamento gramatical sobre «ninguém não».
* Hora oficial de Portugal continental.


