No caso da frase apresentada, aqui simplificada por razões de análise, constatamos que é possível o uso quer do modo indicativo (1) quer do modo conjuntivo (2):
(1) «Necessitam de professores que valorizam o seu tempo.»
(2) «Necessitam de professores que valorizem o seu tempo.»
Já no caso da segunda frase, simplificada em (3), só o uso do indicativo é possível:
(3) «Necessitam de mim, que valorizo o meu tempo.»
Esta diferença deve-se ao facto de, nas frases (1) e (2), a oração subordinada relativa ter um valor restritivo, o que lhe permite descrever quer alguém concreto, que tem existência real, com as características definidas na frase (1), por meio do modo indicativo; quer uma entidade que pode não ter existência concreta, que seja apenas uma possibilidade, como em (2), por meio do modo conjuntivo1.
Esta oscilação entre factualidade e possibilidade já não é possível na frase (3), que se refere ao “eu”, porque a primeira pessoa é dada como uma entidade real. Por esta razão, não é compatível com uma oração subordinada relativa que lhe restrinja o significado. Apenas será compatível com uma oração de valor explicativo, que acrescenta informação sobre o “eu”. Deste modo, a oração explicativa só poderá integrar o modo indicativo, que descreve uma situação como factual / real.
Disponha sempre!
1. Para mais informações, cf. Veloso in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 2127 e ss.


