Com o regresso ao poder do movimento fundamentalista islâmico talibã, a situação do Afeganistão ficou na ordem do dia mundial, pelas piores razões. Alguns dos principais termos, nomes, locais e temas relacionados com este país-mártir, organizados de A a Z.
A
— Vestido negro tradicional das mulheres em alguns países islâmicos, como é caso no Afeganistão. Cf. Burca + Fatuá + Hijabe + Nicabe + Mulheres + Proibições + Salões de beleza + Véu
Cf. O que é a abaya, vestido islâmico que França proibiu meninas de usar na escola
— Um dos cerca de 500 refugiados que pediram asilo a Portugal depois do regresso dos talibãs ao Afeganistão. No dia 28 de março de 2023 matou duas funcionárias no Centro Ismaelita, em Lisboa, onde recebia aulas de português e outros apoios de inserção desde que chegara em 2021, vindo da Grécia, com três filhos menores, depois da perda da mulher num incêndio no campo de refugiados na ilha de Lesbos, onde estavam acolhidos. Cf. Queda de Cabul + Refugiados + Talibãs
Cf. PJ descarta motivações religiosas + Surto psicótico. Necessária perícia psiquiátrica para garantir imputabilidade + Ismaelita vs. ismailita, a partícula senão, futebolês errado, fontes da norma e uma pausa pascalfontes da norma e uma pausa pascal
— Líder da equipa de negociações dos talibãs, no seu regresso ao poder no Afeganistão. Antigo presidente do Supremo Tribunal talibã, lidera um influente conselho de teólogos e é um dos colaboradores mais próximos de Haibatullah Akhundzada.va
— افغانستان (Afġānistān) em persa e em pastó. País no sudoeste da Ásia, limitado a norte pelo Turcomenistão, Usbequistão e Tajiquistão, e a nordeste pela China, a leste e a sul pelo Paquistão e oeste pelo Irão. Cf. Afegãos famintos + Eça de Queirós e o Afeganistão + Estado islâmico + Queda de Cabul + Talibã(s)
— Minissérie televisiva sobre as últimas seis décadas de história do Afeganistão.
— O afegane, afgane, afegâni ou afegani (línguas pastó e dari: افغانۍ), de símbolo ؋, é a moeda que circula no Afeganistão, e é dividida em 100 pules.
— 98% da população do Afeganistão encontra-se desnutrida e 9 milhões de pessoas encontram-se «à beira da fome», dos quais um milhão de crianças morrerão em 2022 de desnutrição aguda grave – segundo números da UNICEF. Cf. Talibã (s)
Cf. Os talibãs e os afegãos famintos + Afeganistão: Um ano para a frente, 20 anos para trás + Afegãos esquecidos
— Ayman Mohammed Rabie al-Zawahiri [9 de junho de 1951 – 31 de julho de 2022], de seu nome completo, era o líder da organização terrorista al-Qaeda, refugiado no Afeganistão desde o regresso ao poder dos talibãs. Apontado como o "cérebro" dos ataques do 11 de setembro de 2001 contra o EUA, foi abatido num ataque com drones da CIA, na sequência de uma «operação especial antiterrorista» norte-americana. Cf. Queda de Cabul + Talibã(s)
Cf. EUA e taliban trocam acusações após ataque da CIA que matou líder da Al-Qaeda + R9X, a arma terrível que eliminou al-Zawahri + Al Zawahiri morto na varanda da sua casa em Cabul
— Conhecido como comandante Massoud, ganhou o título de "Leão de Panjshir", quando liderou a resistência no Afeganistão contra os ocupantes soviéticos na década de 1980 e, depois, contra os talibãs quando governavam o Afeganistão entre 1996 e 2001. Foi assassinado pela Alcaida dois dias antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, que levaram os Estados Unidos a lançar uma enorme operação militar no Afeganistão, expulsando os talibãs do poder. Cf. Ahmad Massud Jr.
— Filho de Ahmad Shah Massoud, predispôs-se a participar em eleições presidenciais «sob certas condições», já depois do regresso dos talibãs ao poder, no Afeganistão.
— Sigla, em inglês, da Afghanistan Independent Human Rights Commission – Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão, em português –, organismo na esfera do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, dedicado ao acompanhamento da situação dos direitos humanos no Afeganistão. Cf. Mulheres + Pelo regresso à escola das meninas afegãs + Shaharzad Akbar
Cf. Talibãs ocupam sede da Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão
— Em árabe, escreve-se الله (Allāh). O nome de Deus, de acordo com o Islão.
- Alcaida
— Forma aportuguesada do árabe coloquial al-Qaeda (em árabe clássico significa «a base, o fundamento»). Organização fundamentalista islâmica internacional, fundada em 1988 por Usama bin Laden, Abdullah Azzam e vários outros combatentes da guerra soviético-afegã, constituída por células colaborativas e independentes que visavam disputar o poder. Cf. Ayman al-Zawahiri + Queda de Cabul
— Denominada oficialmente Frente Islâmica Unida para a Salvação do Afeganistão, é uma organização político-militar criada pelo Estado Islâmico em 1996, com o fim de unir diversos grupos radicais do Afeganistão. De etnia tajique, teve posteriormente a adesão de outros grupos étnicos do país, tendo levado a cabo uma guerra defensiva contra o governo talibã entre 1996 e 2001. Com o apoio político e militar da Índia, Rússia, Irão, Turquia, Tajiquistão, entre outros países limítrofes, em 2001, a Aliança do Norte controlava cerca de 10% do território afegão, cercada no nordeste do país e baseada na província de Badaquexão. C o regresso dos talibãs e a tomada em agosto de 2021, muitos membros do deposto governo afegão e figuras ligadas à antiga Aliança do Norte formaram uma Segunda Resistência antitalibã em Panjshir. Principais dirigentes, entre Frente Nacional de Resistência outros, são o ex-vice-presidente do Afeganistão e ex-membro da Aliança do Norte Amrullah Saleh e Ahmad Massoud, filho de Ahmad Shah Massoud. Cf. Frente Nacional de Resistência
— Político afegão e primeiro vice-presidente da República Islâmica do Afeganistão desde 2020 até à tomada de Cabul pelo Talibã e a fuga do presidente Ashraf Ghani, em 15 de agosto de 2021. Cf. Ashraf Ghani
— Sigla do nome em inglês do Instituto Nacional de Música do Afeganistão (Afghanistan National Institute of Music), cuja sede passou a ser em Portugal, ao abrigo do apoio humanitário internacional perseguidos afegão, depois do regresso ao poder em Cabul dos talibãs, em 15 de agosto de 2021. Cf. Refugiados
Cf. Já não se ouve música no Afeganistão + Músicos e alunos do Instituto de Música do Afeganistão acolhidos em Portugal, que vai passar a ser a sede da escola + 273 refugiados do Instituto Nacional de Música do Afeganistão chegam a Portugal
— Ashraf Ghani Ahmadzai (em pastó: اشرف غني احمدزی; em farsi: اشرف غنی احمدزی; 12 de fevereiro de 1949), de seu nome completo, é economista, antropólogo e político. Foi presidente do Afeganistão, entre 21 de setembro de 2014 e 15 de agosto de 2021, quando em 15 de agosto de 2021, o movimento talibã assumiu o controlo do Afeganistão, fugindo para o exílio. Cf. Amrullah Saleh + República Islâmica do Afeganistão
Cf. Ex-Presidente Ashraf Ghani apresenta “desculpas” ao povo afegão
— Escritor e cineasta afegão, naturalizado francês, autor, entre outros romances, de Terra e Cinzas, que ele já adaptou como filme. Exilado em Paris desde a invasão da então URSS, descreve o seu país natal como uma «nação impossível». Cf. Crianças + Escolas + Guerra Anglo-Afegã + Mulheres
— Após a tomada de Cabul pelas forças talibãs, em 15 de agosto de 2021, a bandeira do Emirado Islâmico do Afeganistão (um campo branco com uma Chahada preta) foi readotada como bandeira oficial (de facto) do Afeganistão. Contudo, as forças fiéis ao deposto governo afegão ainda utilizam a bandeira com três listras e o brasão de armas, tornando-a a bandeira de jure do país. Cf. Dā waṭan Afġānistān dai + Frente Nacional de Resistência + Talibã(s)
— Título de um dos 15 jornais do Afeganistão.
— Capital da província de Panshir, reduto da Segunda Resistência antitalibã, desde 2021.
— Em português, nobre. É o nome da rádio «feita por mulheres e para mulheres, no Afeganistão dos talibãs». Fundada no Dia Internacional da Mulher (8 de março de 2021) pela jornalista Hamida Aman. A Rádio Begum transmite num bairro popular de Cabul, via internet «como um refúgio para as afegãs silenciadas», com programas para mulheres, aulas para as meninas privadas de educação e conselhos psicológicos. Cf. Mulheres + Talibãs
— Forma portuguesa do árabe burquʿ or burqaʿ, também chamada chadri ou paranja na Ásia Central. Deixou de ser obrigatória para as mulheres afegãs, com o regresso dos talibãs ao poder, em Cabul. Cf. Cabul + Chador + Desporto + Emirado Islâmico do Afeganistão + Fatuá + Hijabe + Islão + Meninas + Mufti + Mulheres + Talibã(s) + Véu + Xador + Xaria
Cf. Qual é a diferença entre hijabe, nicabe e burca? + La burka, la cacel de tela y otros velos islámicos que usan las mujeres musulmanas + La burka + «Usar a burca é como ser sepultada viva»: O relato de uma jovem afegã
— Político afegão, presidente do país de 1992 até 1996 e em 2001. Foi o líder do partido político afegão Jamiat-e Islami (Sociedade Islâmica do Afeganistão), e serviu como chefe político da Aliança do Norte, uma associação de grupos políticos que lutaram contra o governo talibã no Afeganistão. Foi assassinado na explosão de um carro-bomba em Cabul no dia 20 de setembro de 2011, enquanto negociava um acordo de paz com os talibãs. Antes de morrer, Rabbani era o líder da Frente Nacional do Afeganistão, conhecido como Frente Nacional, o maior grupo de oposição no governo de Hamid Karzai.
C
— Capital do Afeganistão (Kabul, em inglês) com cerca de 3,5 milhões de habitantes. Como todo o resto do país, fica
situada no meio do deserto montanhoso, tendo temperaturas superiores a 50 graus. Com uma história com mais de 3500 anos já foi em tempos uma das cidades mais bonitas da região. Cf. Queda de Cabul
— Em árabe, خليفة (khalīfah), significa «sucessor» ou «representante» e é o chefe de Estado de um califado. É também o título para o governante da comunidade muçulmana governada pela sharia, isto é, pelo direito islâmico. O título de califa foi inicialmente usado por Abacar, o sogro de Maomé, quando lhe sucedeu pela primeira vez como líder da Umma (comunidade do Islão), em 632, tornou-se o título que se atribui ao chefe primário do islamismo.
— Representa a unidade e liderança política do mundo islâmico. A posição de seu chefe de Estado, o califa, baseia-se na noção de um sucessor à autoridade política e religiosa do profeta islâmico Maomé. Cf. Bashar al-Assad + Kohrazan + Hafiz Saeed Khan
— Lenço com espaço aberto apenas para o rosto, cobrindo o cabelo e também o pescoço e os ombros das mulheres islâmicas, como passou a ser obrigatório pelo regime talibã, no Afeganistão. Em geral, pode ser preto ou cinza, mas há de outras cores. Cf. Burca + Fatuá + Hijabe + Jardins e parques + Nicabe + Mulheres + Nicabe + Salões de beleza + Véu + Xaria
Cf. Burca, Nicabe, Chador. «Levantamos o véu» sobre o Hijabe
— Na economia, no sistema de saúde, na fome (incluindo crianças) – é a situação agravada num país já de si empobrecido antes da tomada do poder por parte dos talibãs.
Cf. Pais afegãos vendem bebé por 430 euros para poderem alimentar restantes filhos
— A UNICEF estima que até ao final de 2022, 3,2 milhões de crianças estejam subnutridas no Afeganistão, devido à situação de miséria no país, agravada com a o regresso dos talibãs ao poder, em agosto de 2020, à seca e à pandemia da covid19. Cf. Talibã(s)
Cf. Milhões de crianças precisam de assistência humanitária no Afeganistão + Famílias vendem crianças para sobreviver no Afeganistão + Há bebés afegãos a morrer «porque os pais não têm um dólar para os levar ao médico» + As crianças do Afeganistão precisam de paz
D
— Primeiro verso («Esta terra é o Afeganistão», em português) do hino nacional do Afeganistão. Milli Surood (em persa: ملي تـﺮانه, que significa hino nacional) foi o hino nacional do Afeganistão, adotado em 2006 até 2021. De acordo com o artigo 20 da constituição da República Islâmica do Afeganistão: «O hino nacional deverá ser em pastó e terá a menção "Alá é o maior", assim como os nomes das etnias do Afeganistão.» Cf. Bandeira
— Abreviatura de Daesh-Khorasan, grupofundamentalista rival dos talibãs, com ataques ferozes no Afeganistão desde 2021. Em português, Daexe (do original árabe داعش, transitado para Dāʿiš – de ad-Dawlat al Irāq wa sh-Shām, «Estado do Iraque e do Levante». Frequentemente grafado Da'ish ou, por influência do inglês Daes. O mesmo que ISIS K. Dissidentes da al-Qaeda, dos talibãs ou de outras milícias islamistas reivindicaram o ataque terrorista na sala de concertos Crocus City Hal de Moscovo, no dia 22 de março de 2024, de que resultaram 200 mortes. Cf. Cabul + Califado + Estado do Iraque e do Levante + Estado Islâmico + Guerra Afegã-Soviética + Guerra do Afeganistão + Hafiz Saeed Khan + ISIS K + Khorazan + Talibãs
Cf. Ataque em Moscovo: Daesh-K, uma sucursal afegã (e os seus múltiplos ataques nos últimos anos) + O que sabemos sobre o ISIS-K, o grupo que reivindicou o atentado de Moscovo?
— «Morada da paz» ou, com duplo sentido, «morada de Aman[ullah]» é um antigo palácio, agora em ruínas devido a constantes guerras, localizado a 16 km do centro da Cabul. Foi lar da família real afegã e depois sede do exército.
— O desporto no feminino passou a ser proibido, depois do regresso dos talibãs ao poder, no Afeganistão. Justificação: «Banir a prática do desporto às mulheres para se evitar a exposição de corpos e rostos femininos. O Islão e o Emirado Islâmico [como os talibãs rebatizaram o Afeganistão] não vão permitir que as mulheres joguem críquete, futebol ou qualquer desporte em que elas sejam espostas publicamente», declarou o diretor da Comissão Cultural do Talibã, Ahmadullah Wasiq, em entrevista ao canal australiano SBS. Cf. Burca + Emirado Islâmico do Afeganistão + Islão + Mulheres + Véu + Xaria
Cf. Deu voz às mulheres do Afeganistão através do futebol, agora pede-lhes que se "escondam" + Equipa feminina de futebol afegã que fugiu de Cabul já está em Portugal « + Futebolistas afegãs refugiadas são surpreendidas em Lisboa + «Assassinaram o meu pai para me calarem! Enquanto for viva, não me calo».
— Forma aportuguesada de Doha (em árabe : الدوحة, lit. ad-Dawḥa ou ad-Dōḥa'), a capital e a cidade mais populosa do Emirado do Catar, onde decorreram as negociações para retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão.
E
— Arguto observador da guerra travada pelo então império britânico no Afeganistão no final do século XIX, não podiam estar mais atuais as reflexões do escritor português Eça de Queirós, de há quase 120 anos, vertidas no livro Cartas de Inglaterra (Porto, Livraria Chardon de Lello & Irmão – Editores, 1905): «A História é uma velhota que se repete sem cessar». Cf. Afeganistão + Guerra Anglo-Afegã
— Do árabe عيد الفطر. Marca o fim do Ramadão, o mês sagrado islâmico de jejum.
— Constituído quando os talibãs passaram a dominar o Afeganistão em 1 de maio de 2021, com a Queda de Cabul em 15 de agosto do mesmo ano. Passaram a governar o país após o seu anúncio público, em 19 de agosto do mesmo ano. Remanescente do primeiro emirado que durou até 2001, após a intervenção militar norte-americana. Cf. Estado Islâmico + Fátua + Hassan Akhund + ISIS K + Mulheres + Talibã(s) + Xaria
Cf. O novo governo dos talibãs
— Ao contrário do prometido pelos talibãs no seu regresso ao poder em Cabul, as meninas não puderam voltar às escolas, reabertas em março de 2022. Explicação oficial do governo afegão: «Não se trata de uma proibição, mas de uma cautela para garantir que as meninas, entre os 12 e os 19 anos, fiquem fora de qualquer contactos com rapazes e sejam educadas conforme a interpretação talibã da lei islâmica.» Cf. Afeganistão (in A Covid-19 na língua) + Burca + Crianças + Emirado Islâmico do Afeganistão + Fatuá + Mulheres + Nicabe + Talibã(s) + Véu + Xaria
Cf. Novo retrocesso, nova deceção no Afeganistão talibã + «Não me deixam entrar na minha escola» Talibãs ordenam que escolas no Afeganistão continuem encerradas para meninas + Contra a proibição dos talibãs à educação de meninas + Os talibãs não as deixam estudar, mas elas não se dão por vencidas: 50 afegãs vão frequentar universidades portuguesas
— Antes denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), conhecido internacionalmente pela sigla ISIS (mas, também, ISIL), é uma organização jihadista islamita de orientação salafita (sunita ortodoxa) e wahabita,criada após a invasão do Iraque em 2003. Operando principalmente no Médio Oriente, também é conhecido pelas siglas inglesas ISIS (Islamic State of Iraq and Syria) ou ISIL (Islamic State of Iraq and the Levant). Os seus oponentes árabes não a reconhecem como 'estado', nem como 'islâmico'. Sob a denominação oficial de Estado Islâmico do Afeganistão (em farsi: دولت اسلامی افغانستان, Dowlat-e Eslami-ye Afghanestan) sucedeu à queda do regime pró-soviético da República Democrática do Afeganistão, em 1992 – período em que o país atravessou o período mais confuso da sua história: em 1993 houve pelo menos três governos em Cabul. Cf. Emirado Islâmico do Afeganistão + Guerra Afegã-Soviética + Guerra do Afeganistão
Cf. Grupo jiadista Estado Islâmico reivindica atentado contra mesquita no Afeganistão + Iraque reivindica captura do líder financeiro do Estado Islâmico
— Sob a sigla EI–C (em português), também conhecido como Estado Islâmico – Khorasan ou Estado Islâmico – Província de Khorasan (EI–K) [em árabe: الدولة الإسلامية في العراق والشام – ولاية خراسان, ad-Dawlah al-Islāmiyah fī 'l-ʿIrāq wa-sh-Shām – Wilayah Khorasan], é uma organização militar salafita jiadista, um ramo do grupo Estado Islâmico, ativo no Afeganistão e no Paquistão. Cf. Daesh - K + Estado Islâmico + Khorazan
Cf. Afeganistão pode voltar a ser uma base para o jiadismo?
— Termo quase sempre mal usado na alusão à retirada de civis no aeroporto de Cabul. Evacuam-se locais, e não pessoas.
— Um ano depois do regresso ao poder dos talibãs, as execuções públicas, amputações e flagelações passaram a ser um mandamento «obrigatório» no Afeganistão talibã visando os casos de «ladrões, raptores e sediciosos». A primeira execução pública consumou-se no dia 7 de dezembro de 2022, perante centenas de espetadores. Cf. Queda de Cabul + Talibã(s)
Cf. Afeganistão: o catastrófico ano de governo do talibã + Talibãs impõem a sua interpretação da lei islâmica no Afeganistão – com execuções públicas e amputações
F
— Professor de Direito e Ciência Política na Universidade de Cabul, dos mais prestigiados académicos do seu país, pagou com a prisão não calar as sua críticas publicas à responsabilidade do poder afegão na calamitosa situação no Afeganistão: «Foi preso para que outros não façam semelhantes comentários insensatos, que ferem a dignidade dos outros, só por que são professores ou académicos», justificou um porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid. Cf. Talibã(s)
— Em árabe, فساد. Significa «podridão», «corrupção» ou «depravação». No contexto islâmico, refere-se ao espalhar da corrupção na Terra ou no espalhar do mal na Terra muçulmana. Uma alusão dogmática à «corrupção moral contra Deus» ou à perturbação da paz pública».
— Forma em inglês do árabe فاسق – termo que se refere a alguém que viola a lei islâmica. Como um fasiq não é considerado confiável, não se aceita o seu testemunho nos tribunais islâmicos. O termo fasiq, às vezes, aparece como sinónimo de «ímpio», «pecador venial» ou «depravado». Cf. Sharia
— Aportuguesamento da forma em inglês fatwa (em árabe: فتوى). É o pronunciamento legal no Islão emitido por um especialista em lei religiosa, sobre um assunto específico, que chega a ser um apelo a que se mate alguém. Aquele que emite ou está qualificado para emitir uma fátua é o muti. No Afeganistão talibã estes decretos religiosos são divulgados pelo denominado Comité dos Ulemas. Cf. Emirado Islâmico do Afeganistão + Fasiq + Hádice + Hijabe + Mufti + Salões de beleza + Talibâ(s) + Ulema + Xaria
Cf. Xeque da Arábia Saudita emite 'fatwa' contra viagens a Marte + Uma fatwa quando chega pode mesmo ser para sempre
— Uma ameaça crescente no Afeganistão, agravada desde o regresso ao poder dos talibãs em agosto de 2021, com cada vez mais casos de famílias vendendo os seus filhos, quase sempre meninas, para obterem comida. Cf. Crianças + Meninas
— Também conhecida como Resistência Panjshir, Segunda Resistência, Resistência 2.0 e Resistência II, é uma aliança militar de ex-membros da Aliança do Norte e combatentes anti-Talibã, proponente de uma República Islâmica do Afeganistão. Criada após a ofensiva talibã de 2021, sob a liderança do político e líder militar afegão Ahmad Massoud e do ex-vice-presidente do Afeganistão Amrullah Saleh.
G
— Os líderes do G7 – os sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão) – não se entenderam para um prolongamento do prazo de retirada de milhares de estrangeiros e afegãos em situação vulnerável depois do regresso ao poder dos talibãs no Afeganistão, dada a intransigência dos EUA na data-limite da saída em 31 agosto de 2021.
— A Guerra do Afeganistão de 1979 –1989 (também chamada de Guerra Afegã-Soviética; em russo: Афганская война, «guerra afegã») durou de 1979 a 1989. Decorreu no contexto da Guerra Fria, com as forças soviéticas lutando ao lado das tropas do governo marxista da República Democrática do Afeganistão contra grupos de guerrilheiros mujahidins de diversas nacionalidades. Cf. Atiq Rahimi + Vale de Panshir
— Ocorreu entre 1839 e 1842 e foi um dos primeiros grandes conflitos entre o Reino Unido e a então Rússia Czarista pelo domínio da Ásia Central, marcando um dos piores reveses infligidos aos britânicos na região desde a consolidação da Companhia Britânica das Índias Orientais. Cf. Eça de Queirós e o Afeganistão
— Assim denominada a fase da guerra civil afegã, que opôs, inicialmente (de outubro a novembro de 2001), os Estados Unidos, com a contribuição militar da organização armada muçulmana Aliança do Norte e de outros países ocidentais da OTAN (como Reino Unido, França, Canadá e outros), ao regime talibã. Depois dos atentados do 11 de setembro nos Estados Unidos, os EUA anunciaram a retirada das tropas do país e o grupo extremista islâmico talibã retomou o poder em Cabul, em 2021. Cf. Daesh-K + Hafiz Saeed Khan + ISIS K + Talibãs
Cf. Noam Chomsky: A guerra no Afeganistão; ecos do Vietnã
H
— Ou hádiz. Hadith, em inglês. Termo formado do árabe الحديث é um corpo de leis, lendas e histórias sobre a vida de Maomé. Cf. Fátua + Maomé + Mufri
Cf. História do al-qur'án, do hadice e da Bíblia + Coleção condensada de hadiths autênticos de Al-Bukhāri
— De origem paquistanesa, dissidente dos talibãs, foi fundador do Daesh-K (também denominado ISIS K,ramo afegão do Daesh), acabaria por ser assassinado pelas tropas norte-americanas poucos meses depois, em 2016. Cf. Bashar al- Assad + Califado + Daesh-K + ISIS K + Khorazan
— Atual dirigente máximo do grupo extremista islâmico Talibã. Considerado o responsável por execuções públicas de assassinos e amputações de condenados por roubo. Cf. Talibãs
— Mohammad Hassan Akhund ( ملا محمد حسن اخوندem pashto) é um dos principais dirigentes talibãs e primeiro-ministro interino do Afeganistão, após a tomada de Cabul. Indigitado em 7 de setembro de 2021. Cf. Emirado Islâmico do Afeganistão + Mulheres + Queda de Cabul +Talibã(s)
— Grupo étnico de língua persa residente na região de Hazarajat no Afeganistão central e geralmente espalhado por todo o país, constituindo um quinto da sua população. Falam o dialeto hazaragi, do persa, que é mutuamente entendível com o dari, uma das duas línguas oficiais do Afeganistão. Sendo a maior parte de origem xiita em um país muçulmano de esmagadora maioria sunita, os hazaras, até pelos seus traços asiáticos, são fortemente discriminados, como se tratasse de uma de casta inferior. Cf. Língua dari + Língua pastó (ou pachto) + Sunita + Xiita
Cf. Quais Idiomas São Falados No Afeganistão? + Mortes e execuções da minoria Hazara por forças talibãs
— Cidade situada no noroeste do Afeganistão, junto à fronteira com o Irão e Turcomenistão. Esta cidade conseguiu sempre estar mais ou menos segura durante todos os anos de conflito. Local muito importante na então Rota da Seda, ainda hoje é um museu vivo de monumentos, fortalezas, mausoléus e outro tipo de estruturas centenárias, que representam a sua longa história. A fantástica Cidadela de Herat também conhecida como Fortaleza de Alexandre, o Grande, foi construída em 330 DC quando o então rei da Macedónia invadiu a região, tendo sido utilizada durante mais 2000 anos por vários invasores do território afegão.
— Forma aportuguesada de hijab – em árabe حجاب; em romaniz.: ħijāb; literalmente: «cobertura»; «esconder os olhares». É o conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica. No Islão, o hijabe é o vestuário que permite a privacidade, a modéstia e a moralidade, ou ainda «o véu que separa o homem de Deus.» As mulheres passaram a ter de usá-lo, obrigatoriamente, com o regresso dos talibãs ao poder do Afeganistão. Cf. Abaya + Burca + Chador + Fatuá + Jardins e parques infantis + Mulheres + Nicabe + Salões de beleza + Véu + Xaria
Cf. Qual é a diferença entre hijabe, nicabe e burca? + «Você compra um melão intacto ou fatiado? É claro que é o intacto. Uma mulher sem hijab é como um melão fatiado.»
— Adjetivo quase sempre mal empregado no noticiário sobre a situação no Afeganistão, com o regresso talibã ao poder. Por exemplo, quando se alude ao «colapso económico do país e à iminente catástrofe humanitária, agravada pela seca severa que atingiu os agricultores e forçou milhares de habitantes das zonas rurais a procurar abrigo e subsistência nas cidades». Confusão recorrente: a qualificação indistinta de humanitário/humano – palavras com valor semântico antagónico. Humanitária é (toda) a ajuda internacional para minorar o sofrimento do povo afegão, nomeadamente para com os deslocados e refugiados; o padecimento por que passam eles e, essa, sim, configura uma catástrofe humana.
I
— Com uma população maioritariamente muçulmana, o islamismo passou a ser a bandeira dos talíbãs no seu regresso ao poder, no Afeganistão – em nome do qual, ao abrigo da Xaria, a lei islâmica (e como acontecera já no período entre 1996 e 2001) foi imposta às mulheres uma vasta lista de proibições. Por exemplo, praticar desporto, trabalhar fora de casa (com algumas exceções na área da saúde), sair de casa sem estarem acompanhadas pelo marido ou um familiar do sexo masculino, frequentar a escola e usar burca. Fortes punições estã prevista, de novo, para quem não respeite estas regras. Cf. Bandeira + Burca + Desporto + Emirado Islâmico do Afeganistão + Mulheres + Xaria
Cf. Afinal, o Islão trata mal as mulheres?
— O Estado Islâmico – Khorasan ou Estado Islâmico – Província de Khorasan (EI–K), também conhecido como Estado Islâmico de Coraçone (EI–C) (em árabe: الدولة الإسلامية في العراق والشام – ولاية خراسان, ad-Dawlah al-Islāmiyah fī 'l-ʿIrāq wa-sh-Shām – Wilayah Khorasan) ou, ainda Daesh-K é uma organização militar salafita jiadista, um ramo do grupo Estado Islâmico, ativo no Afeganistão e no Paquistão. Conhecida pelas siglas ISIS-K, ISKP e ISK é a afiliada oficial do chamado Estado Islâmico que opera no Afeganistão, reconhecido pela liderança central do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. A região de Khorasan (que em persa significa «de onde nasce o Sol») englobava as províncias no leste da Pérsia, incluindo partes do Afeganistão, Paquistão, Irão, Turquemenistão, Tajiquistão e Usbequistão. Com ligações à Alcaida, é responsável por alguns dos piores atentados dos últimos anos no Afeganistão, assim como em Moscovo, no dia 22 de março de 2024. Cf. Daesh-K + Estado Islâmico de Coraçone + Shahab al Muhajir
Cf. O que é o Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês)? + "ISIS-K", o ramo afegão do Daesh responsável pelo atentado em Moscovo
J
— Desde que os taliban regressaram ao poder, em Agosto do ano passado, as mulheres foram afastadas de muitas profissões, passaram a ter de cobrir o cabelo ou o rosto e foram impedidas de viajar sem um acompanhante masculino, até para percorrer distâncias relativamente curtas. Mas na maioria das províncias, continuavam autorizadas a entrar nos parques públicos, jardins e parques de diversões, mesmo que apenas em alguns dias da semana. A partir de novembro de 2022 elas ficaram completamente banidas destes espaços públicos, uma medida que vai afastar as crianças afegãs (principalmente as meninas) de um dos poucos escapes à sua disposição. Cf. Burca + Fatuá + Mulheres + Nicabe + Véu + Xaria
— Forma aportuguesada do árabe jihad, como significado literal de esforço ou luta por um objetivo louvável. Na lei islâmica, o termo refere-se à luta armada contra os incrédulos, enquanto estudiosos islâmicos modernistas geralmente equiparam a jihad militar com a guerra defensiva, tendo ganhado maior expressão nas últimas décadas por meio de seu uso por grupos terroristas. Jihad aparece frequentemente no Alcorão com e sem conotações militares. Correntemente, usa-se muitas vezes na expressão idiomática «lutando no caminho de Deus» (al-jihad fi sabil Allah) e, também, controversamente, traduzido como «Guerra Santa». Cf. Burca + Emirado Islâmico do Afeganistão + Fasiq + Hijabe + Talibâ(s) + Ulema + Xaria
— Também com a grafia de Josjã, Jousjã ou Jausjã (em persa: جوزجان; romaniz.: Jowzjān, Jawzjān ou Jozjan) é uma das 34 províncias do Afeganistão, com capital em Xebergã. Tem 11 292 quilómetros quadrados e, segundo o censo de 2020, contava com 602 082 habitantes.
K
— Khalil Haqqani ( em ashto: للللل ررارن, nascido em 1 de janeiro de 1966), também conhecido pelos pseudónimos Khalil seu Rahman Haqqani, Khalil al-Rahman Haqqani, Khaleel Haqqani e Khalil Ahmad Haqqani, é um dos principais dirigentes da rede Haqqani.
— Grafia inglesa de Candaar ou Candar (em pastó e em persa: کندهار ou قندهار. Segunda maior cidade do Afeganistão com
uma população de 491 500 habitantes. Berço espiritual do movimento islamista radical talibã.
— O assassínio, por um membro dos talibãs, do cantor folclórico Fawad Andarabi, em Andarab, a cerca de 100 quilómetros ao norte de Cabul, levou a um alerta-apelo à comunidade internacional da Relatora Especial da ONU no campo dos direitos culturais, americano-argelina Karima Bennoune, visando a situação de «desastre cultural» no Afeganistão.
— Vasto território que agora se encontra no nordeste do Irão , no sul do Turcomenistão e no norte do Afeganistão. Também conhecido como Estado Islâmico do Khorasan, Estado Islâmico – Khorasan ou Estado Islâmico – Província de Khorasan (EI–K), em árabe: الدولة الإسلامية في العراق والشام – ولاية خراسان, ad-Dawlah al-Islāmiyah fī 'l-ʿIrāq wa-sh-Shām – Wilayah Khorasan), é uma organização militar salafita jiadista, um ramo do grupo Estado Islâmico, ativo no Afeganistão e no Paquistão. A área de operações do Estado Islâmico – Khorasan também inclui outras partes do sul da Ásia, como a Índia. No entanto, sua principal atividade é na região fronteiriça do leste do Afeganistão e norte do Paquistão. Cf. Bashar al-Assad + Daesh-K + Hafiz Saeed Khan + ISIS K
— Kunar (em pastó: کونړ سيند) é um dos rios do Afeganistão. Com 480 quilómetros de extensão, localizado no leste da província de Kunar e a noroeste do Paquistão (Khyber Pakhtunkhwa).
L
— É a principal língua do Afeganistão, falada por 50% da população, principalmente no norte e noroeste do país, e também em Cabul. É, também, a principal língua dos povos tadjiques, hazará e chahar aimak. Funciona como meio de comunicação entre diferentes povos do país. Cf. Hazaras + Língua pastó (ou pachto)
Cf. Quais Idiomas São Falados no Afeganistão?
— Conhecida como afegão ou afegane. Trata-se de uma das línguas nacionais do Afeganistão (a outra é o dari) e um dos idiomas oficiais das províncias ocidentais do Paquistão. Integrante do sub-ramo indo-europeu das línguas iranianas, a língua pastó (ou pachto) é falado pelos pastós, "afegãos étnicos", que residem principalmente tanto no Afeganistão quanto nas províncias ocidentais do Paquistão. O pastó é escrito com uma versão modificada do alfabeto perso-arábico. Cf. Hazaras + Língua dari
Cf. Quais Idiomas São Falados no Afeganistão?
M
— A palavra deriva do árabe madrasah, por vezes transliterada como madrassa ou madrasa, que, originalmente, designava qualquer tipo de escola, secular ou religiosa (de qualquer religião), pública ou privada. Em línguas ocidentais como o inglês, o espanhol ou o português, porém, é comum ser o vocábulo atualmente utilizado para se referir apenas às escolas religiosas islâmicas, também denominadas escolas corânicas.
— Em Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão, com cerca de 600 mil habitantes, foi essa a ordem recebida pelos comerciantes locais. «Pedimos aos comerciantes que cortem a cabeça dos manequins, porque é contra a lei (islâmica) da xaria», justificou à Agência France-Presse Aziz Rahman, chefe da Comissão de Promoção da Virtude e Prevenção do Vício. Cf. Xaria
— Cidade no norte do Afeganistão que é mundialmente famosa pela sua bela Mesquita Azul.
— As aulas tornaram-se «um pequeno ato de resistência», depois da privação da maioria das adolescentes à educação. Cf. Fome + Burca + Mulheres
— Fundador do movimento radical Talibã do Afeganistão, e chefe de Estado de facto do país de 1996 a 2001 sob o título oficial de «Chefe do Conselho Supremo». Também manteve o título de Miralmuminim ("Comandante dos Fiéis"), utilizado no Emirado Islâmico do Afeganistão. Foi procurado pelas autoridades norte-americanas por dar guarida a Osama bin Laden e à sua rede Alcaida nos anos que antecederam e no período durante e imediatamente posterior aos ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gémeas de Nova Iorque. Oficialmente, terá morrido de tuberculose em 23 de abril de 2013.
— Forma aportuguesada de mullah – em árabe ملا, derivado da palavra مَوْلَى mawlā, que significa «vigário», «mestre» e «guardião» –, é o título conferido a alguns clérigos islâmicos, em grande parte do mundo muçulmano, particularmente no Irão, no Azerbaijão, na Bósnia, no Afeganistão, Turquia e na Ásia Central. Na Somália e no Sul da Ásia, é o nome comummente dado aos clérigos islâmicos locais ou aos líderes de mesquitas.
— Apesar de Haibatullah Akhundzada ser o dirigente supremo do Talibãs, o seu raro aparecimento público projetou a figura mulá Abdul Ghani Baradar, quem aparece mais frequentemente. Capturado num ataque conjunto dos Estados Unidos e do Paquistão em fevereiro de 2010. Anos depois, foi libertado num contexto de esforços dos EUA para reativar as negociações de paz entre os talibãs e o governo afegão, em 2020.
— Filho do Mulá Mohammed Omar, fundador e principal líder dos talibãs morto em 2013, Muhammad Yaqoob ascendeu rapidamente a postos de chefia, sendo atualmente o comandante militar de cinco mil unidades militares espalhadas pelo Afeganistão, dedicadas ao fornecimento ou apoio logístico de treino, homens-bomba, armamento e explosivos.
— Com o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão, as mulheres voltaram a desaparecer do espaço público, alvo de fortissímas restrições. Nos anos em que estiveram no poder, entre 1996 e 2001, o grupo extremista islâmico impôs uma lista de 29 regras que retirava às mulheres todo o tipo de direitos. É o caso da proibição de a mulheres aparecerem em programas de televisão, de frequentarem a universidade e de trabalharem em ONG e na ONU. As estudantes afegãs passaram a ficar interditadas de frequentar aulas de classes mistas, obrigadas a usar abaya, o vestido negro tradicional em alguns países islâmicos, e a cobrir o rosto com um véu, nicabe, segundo um decreto do regime talibã. Um retorno, dos talíbãs, catastrófico para as mulheres – com o Afeganistão a tornar-se o país mais repressivo do mundo para as mulheres. Cf. Abaya + AIHRC + Burca + Desporto + Hijab + Nicabe + Pelo regresso à escola das meninas afegãs + Proibições + Salões de beleza + Véu + Xaria
Cf. As mulheres afegãs são as negras do apartheid de hoje, as judias do nazismo. Não podemos esquecê-las + Afegãs vão ser proibidas de praticar desporto pelos Talibãs: «O Islão não permite que as mulheres sejam vistas assim» + Mulheres e talibãs: sem direito a desporto e comparadas a melões + Artista afegã por meio de pinturas mostra o medo das mulheres do Talibã + «Represento tudo o que o Talibã não quer que uma mulher seja», diz jogadora de futebol afegã + A guerra dos talibãs contra as mulheres tem de ser criminalizada pelo TPI + Equipa feminina de futebol afegã que fugiu de Cabul já está em Portugal + «Assassinaram o meu pai para me calarem! Enquanto for viva, não me calo» + Futebolistas afegãs refugiadas são surpreendidas em Lisboa + O retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão deixa as mulheres jornalistas em território indefinido + Mães afegãs drogam filhos para que durmam e não tenham fome +Pelos direitos das mulheres no Afeganistão + Talibãs proíbem mulheres afegãs de viajar sozinhas de avião + No Afeganistão, resistência significa mulheres + Grande Imã de Al-Azhar condena talibãs por negarem às mulheres acesso à universidade + Amnistia diz que o tratamento das mulheres no Afeganistão pode constituir crime contra a humanidade + Campanha global recorda dez iranianas enforcadas há 40 anos + Os talibãs não as deixam estudar, mas elas não se dão por vencidas: 20 afegãs vão frequentar universidades portuguesas + Longe de Cabul
N
— Trata-se do véu que cobre o rosto de algumas mulheres muçulmanas, revelando-lhes apenas os olhos. نِقاب, em árabe, o
nicabe pode cobrir também os olhos com um tecido transparente. Geralmente é feito de algodão ou poliéster, tendo no preto a sua cor mais comum. De uso obrigatório entre os salafis, a corrente muçulmana dominante na Arábia Saudita, recomendado por sunitas e xiitas, em nome do hijabe e, o código de vestuário do Islão. Cf .Abaya + Burca + Chador + Hijabe + Mulheres + Nicabe + Salafismo + Salões de beleza + Sunitas + Véu + Xaria + Xiitas
Cf. Qual é a diferença entre hijabe, nicabe e burca? + Véus Islâmicos
— Noshaq (ou Nowshak) é a mais alta montanha do Afeganistão, o segundo mais alto pico independente da cordilheira Indocuche, depois do Tirich Mir (7690 m) e a 52.ª montanha mais alta do mundo. Situa-se no nordeste do país sobre a Linha Durand, que marca a fronteira com o Paquistão.
O
— Na lista que avalia o nível de felicidade dos Estados, o Afeganistão aparece em 146.º. É o último neste indicador, mas está a ficar cada vez mais para trás em tantos outros. «Depois de a guerra ter começado na Ucrânia, o país foi atirado para uma ainda maior alienação por parte da comunidade internacional» — de acordo com Antonio Giustozzi, que serviu na Missão das Nações Unidas no Afeganistão entre 2003 e 2004, para quem subsiste há ainda o problema da governação interna: «Os talibãs estão à deriva». Cf, Afeganistão + Talibã(s)
— Conjuntamente com a heroína, constitui uma das principais fontes de financiamento dos talibãs que, através do controlo das redes de tráfico destes produtos, obtêm uma receita anual superior a 400 milhões de dólares
— Osama bin Mohammed bin Awad bin Laden (em árabe: أسامة بن محمد بن عود بن لادن, transl. Usāmah bin Muḥammad bin Awaḍ bin Lādin), mais conhecido como Osama bin Laden ou simplesmente bin Laden (Riade, 10 de março de 1957 — Abbottabad, 2 de maio de 2011) foi o líder e fundador da Al-Qaeda, organização terrorista à qual são atribuídos vários atentados contra alvos civis e militares dos Estados Unidos e seus aliados, entre os quais os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gémeas de Nova Iorque. O Governo do presidente republicano George W. Bush declarou guerra ao terrorismo e seus santuários, incluindo o Afeganistão do Talibã, onde Bin Laden teria encontrado refúgio e local onde a liderança da Alcaida estava sob o abrigo do mujahedin mulá Muhamed Omar.
— Do árabe, in xāllāh, «se Deus quiser», ou como se observa em nota no Dicionário Houaiss, «do árabe wa xáʾlláh (pronunciado comumente wo xáʾlláh) "e queira Deus"». Interjeição que expressa vivo desejo que determinada coisa ocorra; queira Deus, prouvera a Deus, tomara, assim seja.
P
— Nas línguas dari e pastó : پنجشیر , literalmente "Cinco Leões", também adaptados como Panjsher e Panjsheer, é uma das 34 províncias do Afeganistão, localizada na parte nordeste do país que contém o Vale do Panjshir. A província está dividida em sete distritos e contém 512 aldeias. Em 2021, a população da província de Panjshir era de cerca de 173 000 habitantes. Reduto antitalibã de longa data, a zona, tornada conhecida no final dos anos 1990, pela ação do comandante Ahmed Shah Massoud, assassinado pela rede terrorista Alcaida em 2001, abriga a Frente Nacional de Resistência. Cf. Bazarak
Cf. Talibãs anunciam controlo total do vale de Panchir
— Etnia maioritária do Afeganistão, com mais de 40% da população, os Pastós (Pashtuns) são, principalmente, muçulmanos sunitas e falam pastó (também se escreve pachto), ou pashtun. Dominante no Estado e no Exército, desde o século XVIII, razão por isso de descontentamento dos demais grupos étnicos afegãos.
— O Afeganistão, cuja riqueza do subsolo é lendária, granjeou notoriedade pelas suas pedras preciosas (esmeraldas, rubis, turmalina), ou pelo mármore. Também produz carvão e metais tradicionais como o ferro. Exploradas oficialmente, as jazidas de pedras preciosas também são objeto de tráfico ilegal com o Paquistão.
— «O Afeganistão é agora o único país do mundo que proíbe a educação de meninas» refere o apelo pelo regresso delas à escola, dirigido "Aos Talibãs e aos líderes de todo o mundo", subscrito, entre outras personalidades mundiais, pela paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2013, e pelas ativistas afegãs pelos direitos das mulheres no seu país, Zarqa Yaftali e Shaharzad Akbar. Cf. AIHRC + Mulheres + Shaharzad Akbar
Cf. Ativistas afegãos para a ONU: pressionam os talibãs a deixar as meninas irem à escola + Afegãs recorrem a aulas clandestinas para continuar estudos
— São os receios da ONU que, em meados de 2022 – um ano decorrido do regresso dos talibãs ao poder – 90% dos afegãos vivem em situação de extrema pobreza, com preocupante incidência nas crianças. Cf. Queda de Cabul + Talibã(s)
Cf. Um milhão de crianças pode morrer à fome este inverno no Afeganistão + Talibãs estarão a recrutar crianças-soldados e a restringir direito de as raparigas irem às escolas + Afeganistão: Um ano para a frente, 20 anos para trás
— Após o regresso dos talibãs ao poder, as mulheres são o principal alvo das proibições no Afeganistão: Talibãs proíbem mulheres de frequentarem espaços públicos em Cabul + Guterres profundamente alarmado" com exclusão de mulheres da universidade no Afeganistão + Talibãs proíbem mulheres afegãs de trabalharem em ONG. Cf. Mulheres + Talibãs + Véu
Cf. Mais duas ONG suspendem atividades no Afeganistão após proibição de mulheres + Nações Unidas condenam Afeganistão por proibir mulheres nas ONG
— Também conhecida como Pul-i-Khumri ou Pol-e Khomri, é a capital de Baghlan, uma das 34 províncias do Afeganistão.
Q
— Denominação corrente da tomada da capital do Afeganistão pelas forças talibãs em 15 de agosto de 2021. Cf. Emirado Islâmico do Afeganistão + Talibã(s)
Cf. O que ficou para trás em Cabul + «O Ocidente perdeu credibilidade no Afeganistão» + Afeganistão: Um ano para a frente, 20 anos para trás + Afeganistão: o catastrófico ano de governo dos talibãs + Talibãs destruíram num ano progresso e direitos construídos em vinte + Afeganistão: um ano de inferno talibã
— Em árabe: قِبْلَة direção para o Caaba na mesquita sagrada dentro de Meca, que é usada por muçulmanos, particularmente para a oração.
R
— Nono mês do calendário islâmico, onde os muçulmanos praticam um ritual de jejum – todos os dias desse mês abstém-se de comer, beber, fumar ou ter relações sexuais desde do nascer ao pôr do sol. A data de celebração varia todos os anos, mas tem sempre a duração de 29 ou 30 dias.
Cf. Crónicas de um jejuador (1): O icebergue + Ramadão: o que é o Eid al-Fitr?
— Grupo jiadista, considerado o braço armado dos talibãs, que se destacaram na chamada guerra assimétrica contra as tropas soviéticas na década de 1980, primeiro, e depois contra a presença militar dos EUA no Afeganistão, que os tinha financiado e armado nessa operações terroristas. Foi constituído no Paquistão, com dois dos seus principais membros, Sirajuddin Haqqani, vice-líder do Talibã, e Khalil Haqqani, procurados, «vivos ou mortos» pelos Estados Unidos, sob uma recompensa de US $ 15 milhões. Cf. Guerra Afegã-Soviética
— De acordo com o relatório Tendências Globais do ACNUR, o Afeganistão era o terceiro país no mundo com maior número de pessoas refugiadas, somando 2,6 milhões de pessoas que tiveram que buscar proteção internacional – atrás apenas da Síria e da Venezuela. Com o regresso ao poder em Cabul dos talibãs, em 15 de agosto de 2021, todos os dias, milhares de pessoas saem do país buscando refúgio, um pouco por todo o mundo (caso de Portugal). As mulheres e as crianças são o maior números de deslocados. Cf. Abdul Bashir + Emirado Islâmico do Afeganistão + Evacuação + Mulheres
Cf. O colapso dos refugiados do Afeganistão + Afeganistão, os que ficam e os que fogem + Futebolistas afegãos em Portugal + Do Afeganistão para a Nazaré para verem o mar pela primeira vez + Mais 210 refugiados afegãos chegaram a Portugal
— A ala mais conservadora do regime talibã, nove meses depois do seu regresso ao poder, fez aprovar um decreto que impõe às mulheres afegãs a obrigatoriedade de esconder o rosto em público, com o véu integral. Uma medida fortemente contestada posição de ativistas dos direitos das mulheres em Cabul, que a consideram uma «regressão civilizacional». Cf. Mulheres + Véu
Cf. Jornalistas afegãs cobrem o rosto na televisão por ordem dos talibãs + Apresentadores de TV afegãos usam máscara em solidariedade a colegas mulheres
— Foi o decidido pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia para com o governo talibã no Afeganistão, condicionando-o a cinco critérios-base. Mais flexíveis para um reconhecimento diplomático, mostram-se os países vizinhos, China, Rússia e Turquia.
— Regime que governou a maior parte do Afeganistão entre 2004 e 2021 durante a Guerra do Afeganistão. Foi estabelecido após a queda de Cabul em 2001 e a retirada dos Emirado Islâmico do Afeganistão após a intervenção militar dos EUA. Cf. Amrullah Saleh + Ashraf Ghani
S
— Em árabe, سلفي; salafī, «predecessores» ou «primeiras gerações». "Movimento ortodoxo, internacionalista e ultraconservador dentro do islamismo sunita. A doutrina – em que se baseiam os valores dos talibãs – assenta numa abordagem fundamentalista do Islã, emulando o profeta Maomé e os seus primeiros seguidores". Defende a aplicação da Xaria (lei islâmica). Dividem-se em três correntes: o maior grupo são os puristas, que evitam a política; o segundo maior grupo são os ativistas, que se envolvem na política; o menor grupo é o dos jiadistas. Salafista é muitas vezes descrito como sendo o sinónimo de wahhabismo, mas os salafistas consideram o termo "wahhabi"; depreciativo.
— Os salões de beleza femininos passaram a estar proibidos pelo regime talibã, no Afeganistão. Cf. Abaya + Burca + Fatuá + Hijabe + Mulheres + Nicabe + Proibições + Talibã(s) + Véu
— Quatro meses depois da retirada dos EUA e de outras forças ocidentais do Afeganistão, o colapso do país «é um pesadelo» – clamam, em artigo de opinião saído na ONU News de 31/03/2022, o subsecretário geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, e o ex- primeiro-ministro inglês, Gordon Brown (atualmente o enviado especial da ONU para a Educação Global e presidente da Comissão Internacional sobre o Financiamento da Oportunidade de Educação Global). «As escolas, as clínicas e os hospitais em todo o país deixaram de funcionar e a residual ajuda humanitária não consegue inverter a miséria e a fome da larga maioria dos afegãos (...) 97% da população não sobreviverá sem qualquer ajuda externa. O resto do mundo e os países desenvolvidos, em particular, não devem simplesmente fechar os olhos e esquecer esta tragédia, de consequências catastróficas por todo o lado. Cf. Queda de Cabul + Talibã(s)
Cf. ONU pede US$ 4,4 mil milhões para o Afeganistão
— Antigo ministro talibão, de 1996 a 2001, chefiando depois a respetiva comissão política em 2015, participou nas negociações com o ora deposto governo de Cabul, com viagens diplomáticas por diferentes países.
— De nacionalidade iraquiana, é o atual líder do ISIS-K, sucedendo ao seu fundador, Khan Hafiz Saeed Khan, morto pelos EUA em 2016.
— Presidente da Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão (AIHRC), foi deputada no Conselho de Segurança Nacional para a Paz e Proteção Civil. Cf. Mulheres + Pelo regresso à escola das meninas afegãs + Shaharzad Akbar
— Senhor da guerra e líder militar de origem pashtun do Afeganistão. Ligado aos talibãs, é o responsável pelos mais violentos ataques no país, como a explosão de um camião-bomba em Cabul em 2017 que matou mais de 150 pessoas. Nomeado ministro do Interior do novo governo talibã do Afeganistão, Sirajuddin Haqqani é procurado pelo FBI, que oferece uma recompensa de cinco milhões de dólares (cerca de 4,22 milhões de euros) pela sua captura. O filho, Khalil Haqqani – também procurado pelos EUA, tem cabeça a prémio por cinco milhões de dólares – sucedeu-lhe na liderança da Rede Haqqani.
— Um dos principais pontos de passagem de afegãos em fuga por causa do regresso ao poder dos talibãs, situado na fronteira terrestre com o Paquistão.
— Formam o maior ramo do Islão, ao qual pertencem 84% do total dos muçulmanos. A maioria deles acredita que o nome deriva da palavra Suna (Sunna, «caminho trilhado», pelo profeta Maomé, ou aquilo que é normalmente conhecido como Tradições do Profeta.), em referência aos preceitos estabelecidos no século VIII, baseados nos ensinamentos de Maomé e dos quatro califas ortodoxos.
T
— Grupo étnico afegão, representa cerca de 25% da população. Fala dari (farsi, em persa), estando localizado, principalmente, no norte e no oeste do país, com bastiões no vale de Panshir, na cidade de Herat (oeste) e em algumas províncias do norte. Foi o feudo do mais famoso tadjique, o comandante Ahmed Shah Masud, herói da resistência antissoviética e da luta contra os talibãs. Assassinado em 9 de setembro de 2001 em um ataque atribuído à Alcaida.
— Talibã, no singular, talibãs, no plural, é a forma aportuguesada (e recomendável) do termo taliban, que vem
de taleb («estudante», com o sufixo an, que faz o plural, no original). O movimento fundamentalista islâmico talibã – ou, simplesmente, o Talibã – emergiu com a retirada soviética do Afeganistão em fevereiro de 1989, impondo a lei islâmica mais brutal. Com a debandada das forças militares dos EUA e seus aliados da OTAN, o seu regresso ao poder em agosto de 2021 ficou na ordem dia internacional pelas piores razões. Cf. Execuções públicas + Guerra Afegã-Soviética + Guerra Anglo-Afegã + Queda de Cabul
Cf. Quem é quem na estrutura do Talibã que tomou o poder no Afeganistão? + A ideologia dos talibãs: uma mistura de fundamentalismo islâmico e costumes pashtuns + Vivir bajo dominio talibán - Los meses anteriores a la toma del poder + Afeganistão: o catastrófico ano de governo dos talibãs + Dois Anos de Poder Talibã
— Não bastasse, já, a situação de calamidade vivida no Afeganistão desde o regresso ao poder dos talibãs, um terramoto, com uma magnitude de 5,9 na escala de Richter, registado na madrugada do dia 22/06/2022, causava mais de 1000 mortos e mais de 1500 feridos, com centenas de casas totalmente destruídas, na província de Paktik (no sudeste do país, fronteia com o Paquistão). Cf. «O país mais infeliz do mundo» + Fome + Queda de Cabul + Salvar o Afeganistão + Talibã(s)
Cf. Após terramoto, ONU organiza resposta humanitária no Afeganistão + Índia envia equipa para distribuir ajuda a vítimas de terramoto no Afeganistão
U
— Minoria muçulmana chinesa habitando predominantemente a região autónoma de Xinjiang, no noroeste da China, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão. O apoio talibã a grupos extremistas uigures pode alterar-se com o apoio diplomático de Pequim ao novo governo em Cabul.
— Ou ulemá/álime (em árabe: علماء ʿulamāʾ , singular عالِم ʿālim, «erudito», «sábio», «conhecedor [da lei]"»). Nome dado a um teólogo ou sábio e versado em leis e religião, entre os muçulmanos. Os ulemas/uelmás são conhecidos como árbitros da xaria, o direito islâmico. Embora sejam especialmente versados em direito islâmico, alguns deles também estudam outras ciências, como filosofia, teologia, dialética e hermenêutica alcorânica.
Em árabe أمة. Literalmente, significa «nação», a comunidade global de todos os crentes muçulmanos.
— A sigla em inglês da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (United Nations Assistance Mission in Afghanistan), criada em 28 de março de 2002 pela Resolução 1401 do Conselho de Segurança da ONU, a pedido do então governo afegão pró-ocidental para ajudar o povo afegão para o estabelecimento de bases para a paz e o desenvolvimento no país.
V
— Grafia aportuguesada de wahhabismo. Cf. Wahhabismo
— Com dezenas de quilómetros ao longo de várias montanhas, deu-se a conhecer ao mundo inteiro pela piores razões. Foi quando os talibãs, declarando que os budas escavados no desfiladeiro seguiam uma lógica de idolatria – algo considerado pecado para a visão mais extremista muçulmana –, demoliram com explosivos o que era classificado pela UNESCO, como Património Mundial da Humanidade. De 38 e 55 metros os Budas de Bamiyan datavam do século V, e eram as estátuas mais altas do mundo.
- Vale de Panshir
— Fica a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Cabul, último reduto da resistência contra o avanço dos talibãs no país. Trata-se de um vale de montanhas escarpadas que se mantém livre de invasões há mais de 40 anos. Na altura da Guerra Afegã-Soviética (1979-1989) tornara-se um reduto da insurgência talibã e o seu oposto na primeira vez que os fundamentalistas islâmicos formaram poder no Afeganistão (1996-2001). Cf. Frente Nacional de Resistência
— Cidade turca, ponto de acesso fronteiriço com o Afeganistão, um dos destinos mais procurados pelos refugiados afegãos.
Cf. Turquia constrói muro para travar refugiados oriundos do Afeganistão
— O véu islâmico é um símbolo cultural e religioso entre os muçulmanos. Em diversas versões, são usadas de acordo com o desejo (salvo raras exceções) e o lugar onde a mulher que o veste se encontra. Não confundir os tipos de véu, pois todos são chamados genericamente de hijabe. De uso obrigatório para as mulheres afegãs, com os talibãs, ao contrário da burca. Cf. Abaya + Burca + Desporto + Emirado Islâmico do Afeganistão + Hijab + Mulheres + Nicabe + Regressão civilizacional + Salões de beleza + Talibã(s) + Xador
Cf. Qual é a diferença entre hijabe, nicabe e burca? + Separação por género e uso de véu: as regras dos talibâs para as estudantes afegãs
W
— Ou wahabismo ou uaabismo. Termo já com a grafia aportuguesada de vaabismo. Em árabe: الوهابية. Designa um movimento do islamismo sunita, criado no século XVIII e geralmente descrito como ortodoxo, ultraconservador, extremista, austero, fundamentalista e puritano. Tem como missão restaurar o chamado «culto monoteísta puro». Cf. Sunitas + Vaabismo
X
— Também escrito chador (formado do persa چادر, transl. chador) é uma veste feminina que cobre o corpo todo com a exceção do rosto. O termo refere-se à veste usada no Irão – uma capa ou manto negro, usado por cima da roupa por mulheres. É uma peça de vestuário que obedece ao hijabe, o código de vestimenta do Islão, e à xaria. Cf. Abya + Burca + Desporto + Mulheres + Hijabe + Islão + Proibições + Salões de beleza + Véu + Xaria
— Em árabe, شريعة; romanizado sharīʿah, também grafado xariá, xária, sharia, shariah, shari'a ou syariah, significa «legislação». É a lei religiosa islâmica, fundada no Alcorão. Cf. Abaya + Burca + Fatuá + Hijabe + Nicabe + Manequins... decapitados + Mulheres + Talibã(s) + Véu
— Os xiitas (em árabe: شيعة , Shīʿah, abreviatura de شيعة علي, Shīʻatu ʻAlī, "partido de Ali") são o segundo maior ramo de crentes do islão, constituindo 16% do total dos muçulmanos (o maior ramo é o dos muçulmanos sunitas, que são 84% da totalidade dos muçulmanos). Os xiitas consideram Ali, o genro e primo do profeta Maomé, como o seu sucessor legítimo e consideram ilegítimos os três califas sunitas que assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé. Xiita, com dois ii, é a grafia recomendada, sem acento gráfico, por a palavra ser grave.
Z
— :ذبیح الله مجاهد ; Ẕabīḥullāh Mujāhid em é o porta-voz oficial do Emirado Islâmico do Afeganistão. Foi ele quem anunciou a constituição do novo governo talibã. Cf. Hassan Akhund + Mulheres
— Ativista dos direitos das mulheres afegãs, foi uma das primeiras presidentes de Câmara do seu país, antes do regresso ao poder dos talibãs, tendo-se depois exilado na Alemanha. Escolhida em 2020 como Mulher Internacional de Coragem pelo Departamento de Estado dos EUA, foi distinguida com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa de 2021, juntamente com a Covax, a iniciativa liderada pela OMS visando o fornecimento equitativo de vacinas contra a covid-19 aos países mais desfavorecidos. Cf. Mulheres
Cf. Ativista Zarifa Ghafari propõe cimeira multilateral + Zarifa Ghafari acusa líderes mundiais de apoiar luta de iranianas e esquecer mulheres afegãs
— Espada que o profeta islâmico Maomé deu como presente ao califa Ali ibn Abi Talib. Foi historicamente descrita como uma espada de lâmina dupla semelhante a uma tesoura em bandeiras muçulmanas e tem uma importância central no islamismo sunita.
— A rápida tomada do poder no Afeganistão pelos talibãs após a saída das tropas norte-americanas, com milhares de pessoas tentando sair do país, levou à comparação, nas redes sociais, com as imagens do filme Guerra Mundial Z, em que as personagens fogem de um ataque zumbi: «A única diferença é que em Cabul os zombis são seres humanos vivos»...
Cf. Palavras referentes ao Islão + Vocabulário de conceitos para o estudo da História do Islão e dos muçulmanos + No pós-11 de Setembro, uma polifonia de dor e sofrimento a oriente
