Com efeito, o verbo andar pode ser usado como verbo copulativo. Este uso ocorre em situações muito particulares, tendo lugar quando o verbo apresenta um estado episódico, que se realiza dentro de um determinado intervalo de tempo1. É o que se verifica em frases como (1) ou (2):
(1) «Desde ontem, ele anda feliz.»
(2) «Ultimamente, ela anda nervosa.»
Não obstante, de acordo com o previsto no Dicionário Terminológico, os verbos copulativos podem também contribuir para a localização espacial do sujeito, em frases como a que se apresenta em (3):
(3) «O livro está aqui.»
Nesta ótica, considerando que o constituinte «na faculdade» contribui para uma localização espacial, é aceitável classificar o verbo andar, presente na frase (4), como copulativo, desempenhando «na faculdade» a função de predicativo do sujeito:
(4) «Ele anda na faculdade.»
Note-se que Celso Luft afirma que o verbo andar, quando rege a preposição em, é predicativo locativo2 (o mesmo que copulativo locativo), o que permite sustentar a interpretação avançada atrás.
Não obstante o que ficou dito, é ainda possível avançar a hipótese de a expressão «andar na faculdade» ser uma expressão idiomática, pelo que, sendo fixa, não é analisável3. Neste caso, considerar-se-á que a intenção do falante não passa expressamente por localizar o sujeito num determinado espaço físico.
Disponha sempre!
1. cf. Raposo in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1312-1313.
2. cf. Celso Luft, Dicionário Prático de Regência Verbal. Ática, p. 56.
3. Veja-se também esta resposta.