Em contexto escolar, a modalidade deôntica é abordada com dois valores: o valor de permissão e o valor de obrigação (cf. Dicionário Terminológico).
O valor de obrigação tem lugar quando um determinado sujeito impõe uma obrigação sobre uma entidade, como em (1):
(1) «Tens de ir estudar.»
O valor de permissão ocorre quando o sujeito dá uma autorização a alguém, como em (2):
(2) «O João deixou que eles fossem ao cinema.»
O valor de obrigação pode ser expresso por meio de verbos como obrigar, ter (de) ou por locuções como «ter a obrigação (de)»1.
O valor de permissão pode ser expresso por verbos como permitir ou poder ou locuções como «dar autorização», «ter autorização»1.
Assim, a frase aqui transcrita como (3) apresenta um valor de permissão: alguém determina que outrem não tem permissão para ir à escola. Também a frase transcrita em (4) tem um valor de permissão: alguém não permite a outrem que vá à escola:
(3) «Não podes ir à escola!»
(4) «Proíbo-te de ir à escola!»
Disponha sempre!
1. Cf. Oliveira e Mendes in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 632-633.