A sua questão reduz-se, na verdade, à primeira premissa, ou seja, à alínea a), pois, de facto, o imperativo, sendo um modo do discurso direto, ou seja, da comunicação em situação em que o emissor e o recetor estão no mesmo espaço ao mesmo tempo e a comunicar um com o outro, tem apenas a segunda pessoa, quer do singular, quer do plural. Há subjacente um eu a falar com um tu ou com um vós.
A complexidade das relações sociais faz com que nem sempre a segunda pessoa satisfaça as condições de comunicação formal, havendo, em muitos casos, necessidade de recorrer à terceira pessoa, do singular ou do plural, para definir ou expressar o tipo de relação, mais distanciada, entre o emissor e o recetor. Aí, os falantes recorrem às formas do conjuntivo, fazendo o mesmo sempre que o imperativo é negativo.
Por outro lado, a afirmação que faz em b) não corresponde à prática de aplicação do imperativo, pois não é habitual o uso expresso do pronome, ou de qualquer outra forma de sujeito, com o imperativo. Claro que, gramaticalmente, temos, pela flexão do verbo e, claro!, pelo contexto comunicacional, informação sobre o recetor ou recetores (seja ele tu, vós (ou vocês), você (ou o senhor, a senhora, etc.) ou vocês (ou os senhores, as senhoras, etc.). Mesmo quando o nome do recetor vem expresso, ele nunca é sujeito mas, sim, vocativo:
1) «Maria, faz os trabalhos.»
2) «Maria, não faças os trabalhos.»
3) «João, José, façam os trabalhos.»
Assim, as frases em apreço estão gramaticalmente no presente do conjuntivo, tendo no contexto em que ocorrem valor imperativo. Poderíamos mesmo dizer, com maior rigor, valor argumentativo, uma vez que o objetivo é persuadir, ou convencer, o recetor, que, no caso em análise, é também um leitor, pois, tanto quanto posso perceber pelo contexto, trata-se de frases inseridas em algum tipo de publicidade.