DÚVIDAS

Imperativo vs. conjuntivo/subjuntivo

Gostava de saber em que pessoas se conjuga o modo imperativo.
Tradicionalmente, diz-se que apresenta como únicas formas as da segunda pessoa do singular e plural. Contudo, também o usamos na terceira pessoa do singular (ex.: «coma», «beba»), na primeira pessoa do plural (ex.:«andemos», «comamos») e na terceira do plural (ex.: «comam», «bebam»).

Alguns professores dizem que estes últimos três casos não se podem considerar como imperativo, mas, sim, como presente do conjuntivo, com valor de imperativo. No entanto, a gramática de Celso Cunha e de Lindley Cintra indica que estas três conjugações pertencem ao modo imperativo. Por outro lado, consultei também a Gramática da Língua Portuguesa, de Maria Helena Mira Mateus, e, realmente, é referido que o imperativo apresenta as formas da segunda pessoa do singular e plural como as únicas possíveis do modo imperativo.

Agradecia um esclarecimento.

Resposta

Do ponto de vista da comunicação, o presente do conjuntivo tem valor de imperativo, de acordo, aliás, com o que Celso Cunha e Lindley Cintra explicam. É do ponto de vista da flexão verbal (isto é, da morfologia verbal) que se diz que há um modo imperativo distinto do presente do conjuntivo, porque um tem desinências diferentes do outro.

Assim, o imperativo apresenta apenas as segundas pessoas do singular e do plural e não pode ser usado na forma negativa («come/comei a sopa»; *«não come/não comei a sopa»). O presente do conjuntivo/subjuntivo tem flexão em todas as pessoas e supre, quer na afirmativa quer na negativa, as formas que faltam ao imperativo («coma/comamos/comam a sopa»; «não coma/não comas/não comamos/não comais/não comam a sopa»).

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