"Dormide" (ou "durmide") e "fazeide" configuram formas dialetais de 2.ª pessoa do plural, as quais refletem as forma medievais de 2.ª pessoa que terminavam em -des e -de: dormides, fazedes (presente do indicativo); dormide, fazede (imperativo)1.
As formas atuais corretas, portanto, da norma padrão, são:
– se forma de tratamento for vós: dormi», «fazei»;
– se a forma de tratamento for vocês: «durmam», «façam». As formas dormi e fazei são o imperativo dos verbos dormir e fazer, respetivamente.
As formas durmam e façam têm valor de imperativo, mas são formalmente do presente do conjuntivo e usam-se em frases imperativas, porque o modo imperativo só tem conjugação na 2.ª pessoa do singular e na 2.ª pessoa do plural. Diz-se, portanto, que essas formas de conjuntivo são usadas como formas supletivas do imperativo. Note-se, no entanto, que há gramáticas – por exemplo, no âmbito do ensino do Português Língua Estrangeira – que já as consideram formas de imperativo.
Quando se emprega a forma vocês, é necessário recorrer sempre a formas do conjuntivo, ou seja, às formas supletivas do imperativo: durmam, façam.
1 A língua galega conserva as formas medievais galego-portuguesas em -des e -de da 2.ª pessoa do plural: durmides/durmide (durmir), facedes/facede (facer) – cf. dicionário da Real Academia Galega). A forma dialetal portuguesa de imperativo "fazeide" surge da amálgama do arcaísmo fazede com a forma moderna fazei.