A frase imperativa só pode ser enunciada na forma ativa, o que se compreende pelo facto de este modo estar associado à expressão de uma ordem (que corresponde a um ato ilocutório diretivo). Acresce que «em contextos particulares pode[m], no entanto, ter significados aparentados com informações, instruções, convites, súplicas, etc., para os quais contribui também a prosódia da frase»1.
O imperativo pode surgir na afirmativa:
(1) «Come o bolo!»
ou na negativa, situações em que se fala de imperativo negativo:
(2) «Não comas o bolo!»
No caso do imperativo negativo, as formas usadas são as equivalentes do presente do conjuntivo2
O caso apresentado pelo consulente não é uma forma passiva, até porque o auxiliar da passiva é tipicamente o verbo ser e não o verbo ficar, mas, antes, uma construção composta por verbo acompanhado de predicativo do sujeito. Esta situação é semelhante a frases imperativas como:
(3) «Sê discreto!»
(4) «Continua calado!»
(5) «Fica em casa.»
Disponha sempre!
1. Oliveira in Mira Mateus et al., Gramática da Língua portuguesa. Caminho, pp. 254.255.
2. Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo. Ed. Sá da Costa, p. 389.