As designações «norma europeia», «português europeu» ou «variedade europeia» não pretendem constituir qualquer tipo de discriminação, pois correspondem a conceitos terminológicos utilizados nos estudos linguísticos e no ensino do português, nomeadamente no que diz respeito à variação geográfica.
Esta terminologia é adotada por obras de referência dos estudos linguísticos e do ensino de língua portuguesa, como, por exemplo, a Nova Gramática do Português Contemporâneo (consultada a edição de 2015), de Celso Cunha (destacado linguista brasileiro) e Lindley Cintra (destacado linguista português), onde se distingue dentro das variedades do português, «dialetos do português europeu», a par dos «dialetos das ilhas atlânticas» e dos «dialetos brasileiros». Também na Gramática da Língua Portuguesa (2023), organizada por Maria Helena Mira Mateus e outros, Isabel Hub Faria assinala que «em línguas com larga história de expansão mundial e de mobilidade dos seus falantes nativos, observa-se a existência de variedades que se vão progressivamente fixando e autonomizando até ser possível caracterizá-las como variedades locais ou mesmo nacionais. É nessa perspetiva que distinguimos entre variedade europeia do português que designamos por português europeu (PE) e variedade brasileira do português ou português brasileiro (PB)» (p. 34). Já na obra Norma e Variação, de Maria Helena Mira Mateus e Esperança Cardeira, são igualmente usadas as terminações «português europeu» e «português brasileiro» para distinguir as duas variedades.
No âmbito do ensino, o Dicionário Terminológico, ferramenta do Ministério da Educação do Governo Português para o ensino básico e secundário, utiliza-se as expressões «variedade europeia do português», a par das «variedades africanas» e da «variedade brasileira».
O uso de "europeu" em «português europeu», para distinguir do português brasileiro e das variedades africanas, também ocorre de forma homóloga em relação a outras línguas de origem europeia, como, por vezes, em referência ao espanhol («español europeo», a par de «español de España», «español ibérico» e «español pensinsular») e ao francês («français européen»). Note-se que as terminologias contribuem para organizar o conhecimento técnico e científico, razão por que, em princípio, as expressões «português europeu», «português brasileiro» e «português angolano» não têm de configurar um juízo de valor sobre as variedades de uma mesma língua.