Maria Helena Mira Mateus - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria Helena Mira Mateus
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Maria Helena Mira Mateus (1931 – 2020). Linguista portuguesa, foi professora catedrática na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Fundadora do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC), de que foi presidente entre 2005 a 2013. Destacou-se na área da Fonologia Portuguesa, publicando Aspetos da Fonologia Portuguesa (1975), Fonética, Fonologia e Morfologia do Português (1991) e, com Ernesto d'Andrade (1944-2013), The Phonology of Portuguese (2000). Em 2018, publicou o seu livro de memórias, Uma Vida Cheia de Palavras. Colaborou ativamente em publicações, projetos, manuais e encontros científicos sobre a metodologia do ensino da língua portuguesa, tendo coordenado a edição de Uma política de língua para o Português (2002). Também coautora da importante obra de referência Gramática da Língua Portuguesa, desde a primeira edição de 1983 até à última edição revista e aumentada, de 2003, do Dicionário de Termos Linguísticos (Volume I de 1990 e volume II de 1992) e de  (2014), entre vários livros e artigos  incluídos e revistas portuguesas e estrangeiras. Foi  fundadora e primeira presidente da Associação de Professores de Português (1978-80), vice-reitora da Universidade de Lisboa (1986-89) e diretora da Revista Internacional de Língua Portuguesa (1987- 2000). Foi ainda presidente da Associação Portuguesa de Linguística. Mais informação sobre a autora e a sua obra aquiaquiaqui e aqui.

 
Textos publicados pela autora
Uma Vida Cheia de Palavras
Por Maria Helena Mira Mateus

Uma vida dedicada ao ensino, à língua portuguesa, à linguística, mas também ao extenso território dos afetos – a da professora catedrática portuguesa (jubilada) Maria Helena Mira Mateus, neste seu livro de memórias. Nele passa em revista a sua vida familiar – «a infância, a adolescência e a juventude, o casamento, o nascimento dos [seus] seis filhos e as suas singularidades» –, o início da experiência académica na Faculdade de Letras de Lisboa, onde descobre «perspetivas teóricas surpreendentes que determinaram um novo olhar sobre o estudo da língua». A escolha da fonética como área de estudo privilegiado, as influências do movimento estruturalista de Ferdinand Saussure, com o estudo integrado da linguística e da semiologia, ou de Noam Chomsky, o teórico da Gramática Generativa. Tudo influências que a ajudaram a precisar o caráter científico da linguística, num país onde a tradição impunha a análise filológica.

«Acredito no trabalho conjunto – escreve a dado passo –, fundei Associações, impulsionei projetos, criei um instituto para trabalhar sobre o português com novos conceitos que incluem uma perspetiva computacional do tratamento da língua, e tudo fiz com outros que partilhavam das mesmas convicções.» 

 Árdua tarefa de erguer instituições, como quem constrói casas, para o estudo e a reflexão teórica e prática, como o

O abastardamento da língua<br> segundo Pacheco Pereira

Na sequência de o político e historiador português Pacheco Pereira (P. P.) ter declarado que o Acordo Ortográfico de 1990 provoca "um abastardamento da língua", a linguista Maria Helena Mira Mateus, professora catedrática jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, escreveu o artigo que aqui se disponibiliza e que foi originariamente publicado no jornal português Público (17/02/2016).

No contexto da audição parlamentar promovida pelo Grupo de Trabalho para Acompanhamento da Aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, da Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República Portuguesa, Maria Helena Mira Mateus, professora catedrática jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente do Instituto de Linguística Teórica e Computacional, elaborou a apresentou no dia 21 de março de 2013 o parecer que adiante se transcreve.

 

 

«É absurdo assacar ao ensino da língua materna erros, dislates e desinteresse que sente um estudante que julga que aprender Português é só ter lido alguns livros (quando o faz) e não dar erros de ortografia.» Resposta ao texto da escritora Teolinda Gersão, publicada no jornal Público ...

«Se a pujança do português permite a criação de obras literárias em países de todos os continentes, como não se considerar esta língua como uma riqueza dos que a falam?», pergunta — e responde — a presidente do ILTEC, em artigo publicado no semanário Expresso de  29 de Janeiro de 2011.