É facto que ao verbo necessitar como intransitivo indirecto, lhe está associada a preposição `de´ (ex.: `necessito de tempo para´, `necessito deste favor´, etc.). Mas também é verdade que, sendo eu português, uso o verbo como transitivo directo, por exemplo, antes de complemento oracional iniciado por `que´ (ex.: `eu necessito que faças´). Onde é que na sua frase «Eu necessito que você me dê uma ajuda.» há assim uma tão grande diferença na nossa comum língua?
Vejamos agora as suas outras duas frases.
Reconheço que os hábitos linguísticos diferem em Portugal e no Brasil quanto à ênclise e à próclise. E que tem isso? A mensagem fica com ambiguidades na comum língua? Na sua primeira frase, um pequeno acrescento transforma-a num texto habitual no português europeu: `Também «se alegrou com a notícia e foi contar aos amigos.»´. E, quanto à segunda frase, basta um hífen, com passagem da acção reflexa para o verbo auxiliar, para se ter um linguajar frequente em Portugal: «Ela está`-se´ destruindo devido ao ciúme».
Pode argumentar-se que nesta última frase não é habitual o gerúndio por cá (o costume actual é dizer-se: `está a destruir-se´). Mas, sejamos honestos: o gerúndio, de uso vernáculo ainda em muitas regiões de Portugal, dá, neste caso, uma continuidade no tempo que não se tem com o infinitivo. Além disso, a frase original brasileira, para mim, tem eufonia `|está| |sedestruindo|)´...
Resumindo, irmão na língua, não esteja preocupado com as variantes faladas por aí, se forem consideradas aceitáveis na sua comunidade culta. No meu ponto de vista, nesse caso serão também aceitáveis na nossa comum língua. Para a qual, a beleza literária não tem país, nas oito pátrias.
Quanto a concordar, ou não, com a oficialização dos hábitos linguísticos brasileiros na gramática brasileira, esse parecer não me diz respeito, mas aos ilustres linguistas brasileiros.
Ao seu dispor,