No âmbito da variedade europeia, as frases correctas são:
a) «Digam-nos o que aconteceu. Espero que nos diga o que aconteceu.»
b) «Traz-me um pão saloio da padaria. Quero que me traga um pão saloio da padaria.»
c) «O professor chama-me todos os dias; oxalá ele me chame também hoje.»
Recordo que se verifica a próclise do pronome clítico (ou átono) sempre que este ocorre numa oração subordinada. O mesmo acontece depois da interjeição oxalá.
Atendendo a que a consulente nos escreve de Angola, devo lembrar que, neste país, a descrição linguística assinala que se está a formar uma norma local. Com efeito, Ivo Castro, na sua Introdução à História do Português (Lisboa, Edições Colibri, 2006, págs. 11/12), refere que actualmente, além de duas grandes variantes bem individualizadas (a portuguesa e a brasileira), existem outras duas variantes em formação, a angolana e a moçambicana, sendo de esperar que estas também se individualizem normativamente quando estabilizarem. No entanto, neste momento, não há ainda expressão institucional nem instrumentos prescritivos consagrados que fixem as características dessa norma. O que se conhece são aspectos típicos da oralidade que frequentemente afloram no discurso escrito, ao que parece, sem carácter sistemático.