Como saberá, maestro é um italianismo que, a despeito de querer dizer exactamente o mesmo do que o nosso mestre (feminino: mestra), entrou há muito na língua portuguesa com o sentido que conhecemos. Ou seja, «aquele que dirige, ou rege (por isso também se chama regente), uma orquestra, banda ou coro». E como o italiano maestro faz o feminino maestrina é essa a palavra para as mulheres que dirigem ou regem orquestras.
A verdade é que com maestrina deu-se um fenómeno de rejeição similar ao do feminino de poeta ou de juiz, por parte das mulheres que exercem a regência de orquestras, reclamando-se elas de maestros, tal como eles, e não de maestrinas.
Com mais ou menos resistências – vejam-se os casos de femininos nunca antes usados antes da ascenção das mulheres ao exercício de cargos e profissões tradicionalmente dexercidos pelos homens, como, por exemplo, com as patentes militares, os cargos diplomáticos ou judiciais, as funções governamentais [vide da(s) primeira(s)-ministra(s)] ou as profissões (v.g. barbeira, bombeira ou notária) –, a verdade é que a chefe de orquestra Joana Carneiro é generalizadamente designada como maestrina.