Só com a Reforma Ortográfica de 1911 é que se passou ao uso sistemático de acentos gráficos de acordo com regras.
Com efeito, os acentos gráficos eram pouco usados antes do século XX, segundo a linguista Rita Marquilhas (em Ivo Castro etal., A Demanda da Ortografia Portuguesa, 1987, p. 110):
«A questão da acentuação tornou-se a partir [de finais do século XVI], e até aos gramáticos oitocentistas, completamente pacífica. Instituiu-se o uso de, no caso de cada contexto específico, se poder optar entre a marcação do acento e o silêncio em relação a ele. A única regra a respeitar seria a de evitar o máximo de ambiguidade de sentido.»
E, na verdade, consultando o Thesouro da Lingua Portugueza (1871), de Frei Domingos Vieira, vê-se que aí se escreve familia sem acento agudo, tal como acontece a lingua, que aparece com esta mesma grafia, sem acento gráfico no próprio título.
É também possível que a ausência de acento ocorra por uma das seguintes hipóteses:
a) se a grafia for posterior à Reforma de 1911, sabe-se que houve grande resistência à nova ortografia, pelo que é possível que a falta de acento gráfico se deva a esta atitude;
b) antes ou depois da Reforma de 1911, sobre as maiúsculas, não é de excluir que a ausência de acento gráfico se deva a dificuldades de índole tipográfica associadas à imitação de um procedimento francês (ver artigo sobre o usos de acentos gráficos sobre maiúscula num artigo da Wikipédia em francês).
Dito isto, diga-se que não é impossível que em muitas lápides haja erros efetivos.