O uso mais correto deste adjetivo é com a preposição em, que igualmente ocorre com verbo correspondente, confiar, o qual rege a mesma preposição:
(1) «Estamos confiantes em que podemos contribuir para um mundo melhor.»
Contudo, admite-se também a preposição de:
«Estamos confiantes de que podemos contribuir para um mundo melhor.»
Note-se, mesmo assim, que, à semelhança do que ocorre com muitas regências verbais, a preposição pode ser omitida tanto no caso do adjetivo como no do verbo correspondente:
(2) «Confiamos que podemos contribuir para um mundo melhor.»
(3) «Estamos confiantes que podemos contribuir para um mundo melhor.»
A possibilidade de, antes de oração, se omitir a preposição regida por um verbo é comentada na Gramática do Português (organização de Eduardo B. Paiva Raposo et al., Fundação Calouste Gulbenkian, págs. 1525/1526) do seguinte modo:
«São quatro as preposições regidas por verbos que admitem complementos oracionais: a, com, em e por. [...]
Com possíveis variações nos juízos de gramaticalidade, a omissão da preposição é possível [...], e até preferida nalguns casos, p. e., no que respeita às preposições com e em, sendo, em contrapartida, menos aceitável (para alguns falantes) com a preposição a, o que assinalamos com "??" em 56(a) [...]:
(56) a. ??O general anuiu que o Estado-Maior enviasse mais tropas.
b. Contamos que a Gramática fique pronta até ao fim do ano.
c. Ele confia que a comida vai chegar para todos os convidados.
d. Ansiamos todos que a inspiração não nos abandone [...].»
Ainda na mesma fonte (idem, pág. 1877), faz-se uma observação sobre a regência de confiante que confirma a descrição feita mais acima:
«[...] a preposição em [...] pode ser omitida com certos adjetivos, pelo menos de acordo com a intuição de certos falantes:
(239) a. Estamos [confiantes que a nossa equipa vai ganhar].
b. ?Estamos [interessados que ela apareça].
c. ?Os alunos estão [empenhados que conferência seja um sucesso].»
A omissão da preposição de também é possível antes de uma oração subordinada completiva finita (idem, pág. 1536):
«Quando o complemento oblíquo é uma oração finita, existe variação no uso da preposição [de] (e opcionalidade, para alguns falantes), como se indica em (86) [...]:
(86) a. Informei-o de que ia chegar mais tarde. (cf. informei-o que ia chegar mais tarde)
b. Convenci a Maria de que já tinhas chegado. (cf. convenci a Maria que tu já tinhas chegado)
c. Persuadi o Zé de que o quadro era bonito. (cf. persuadi o Zé que o quadro era bonito)
d. Lembrei a Clara de que tinha de fazer os trabalhos de casa. (cf. lembrei a Clara que tinha de fazer os trabalhos de casa).»