Nas frases apresentadas, de não é uma conjunção completiva, mas sim uma preposição simples.
As preposições podem selecionar orações infinitivas como seu complemento. É o que se verifica na frase (1), na qual a preposição em seleciona a oração infinitiva «passear com o seu cão»1:
(1) «Ele tem orgulho em passear com o seu cão.»
Nas frases apresentadas pelo consulente, a preposição de é selecionada pelo nome hora (2), pelo verbo gostar (3) ou pelo verbo precisar (4):
(2) «Está na hora de ir para a cama.»
(3) «Gosto de passear no parque.»
(4) «Preciso de me deitar mais cedo.»
Note-se que a preposição de pode em frases semelhantes ter como complementos grupos nominais, o que indica que a preposição não funciona como uma conjunção que introduz uma oração completiva de verbo:
(5) «Está na hora da história.»
(6) «Gosto do João.»
(7) «Preciso do meu livro.»
Acresce que quando a oração infinitiva se subordina a um nome, como acontece em (2), esta oração é introduzida pela preposição de.
Disponha sempre!
1. Para maior aprofundamento desta questão, sugere-se a leitura de Barbosa e Raposo, in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1901 – 1903, 1913 – 1915 e 1934 – 1940.