A construção apresentada, do ponto de vista da norma, não está correta. A opção correta é a que se apresenta em (1):
(1) «Estou confiante (em) que ela está/esteja boa.»
A frase apresentada integra uma oração completiva selecionada pelo adjetivo confiante. As orações completivas de adjetivo são tipicamente introduzidas por uma preposição. Neste caso particular, o adjetivo confiante rege habitualmente a preposição em, quer introduza um sintagma nominal quer uma oração subordinada:
(2) «Estou confiante no sucesso do João.»
(3) «Estou confiante em que o João tenha sucesso.»
Todavia, a preposição em pode, em certas ocasiões, ser omitida na introdução de orações subordinadas, como acontece em (4):
(4) «Estou confiante que o João tenha sucesso.»
Já o complementador se é usado para introduzir orações interrogativas indiretas. Bechara, que o classifica como transpositor, afirma: « a) Se [que] transpõe oração originariamente interrogativa total, isto é, desprovida de unidade interrogativa, ao nível de substantivo, conhecida, por isso mesmo, como conjunção integrante […] Ela não sabe [se terá sido aprovada]» (Moderna Gramática Portuguesa. Ed. Lucerna, p. 271). O complementador se tem, portanto, a função de transpor a oração interrogativa independente para a dependência do verbo, passando, neste caso, a ser seu complemento direto:
(5) «Não sei se o João terá sucesso.»
Atendendo ao que ficou dito, na frase apresentada pelo consulente, parece existir uma contaminação entre a introdução de uma oração interrogativa indireta, complemento direto do verbo, introduzida pelo complementador se, e uma oração completiva de adjetivo, introduzida pela preposição que este rege (no caso em). O facto de a construção «não estou confiante» estar associada à expressão de dúvida poderá justificar a contaminação sintática verificada, tendo motivado a seleção do complementador se.
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