Gostava de saber qual é o grau aumentativo da palavra dia e também o da palavra seta.
Obrigada.
Que explicação haverá para esta comparação tão usada? Que pilha será esta?
No jornal Correio da Manhã de 19/10/2009 e a propósito de um acidente mortal, escreve-se: «Mas, quando se preparava para colocar as manilhas da conduta de água, num buraco com mais de seis metros de altura, João Ramos foi atingido por um desmoronamento de terras.»
A pergunta é: um buraco tem altura, ou tem profundidade?
Um dia desses, no dia 6 de outubro para ser mais exato, uma frase deu na cabeça do Paulo Coelho (eu não faço idéia por que "cargas d´água"), e ele resolveu publicá-la então no Twitter.
Eis a frase:
«Dê poder a alguém, e ele lhe venderá no mercado de escravos.»
Entendi essa frase imediatamente. Mas, por eu ser um estrangeiro no idioma português, estou sempre desconfiado e leio tudo duas vezes. Quando li a frase a segunda vez, o sentido gramatical que dela extraí não bateu em nada com o que entendi na primeira lida.
Depois mostrei a frase para vários brasileiros, e o sentido que esses extraíam dela era 100% de acordo com o meu primeiro entendimento da frase. Depois o Paulo Coelho publicou uma tradução para o inglês, a qual também confirmou esse sentido original da frase.
Reproduzo aqui a tradução de Paulo Coelho para o inglês:
«Empower someone, and he will sell you in the slave market.»
Agora, minha dúvida gramatical e minha segunda lida: eu suponho aqui que no português brasileiro use-se muito o objeto nulo. Ou seja, em vez de reafirmar o complemento direto por um pronome, omite-se este pronome. O objeto nulo é perfeitamente aceitável no português do Brasil? Então, esse não é meu problema com a frase.
Em vez de escrever
«Dê poder a alguém, e ele LHO venderá no mercado de escravos»,
o Paulo Coelho optou então pelo objeto nulo escrevendo:
«Dê poder a alguém, e ele LHE venderá no mercado de escravos.»
Resta saber, então, a quem se refere o pronome lhe. Por mais que eu me esforce em pensar tanto mais confuso fico. Mas pensando bem simples, só pode ser a pessoa que recebe a mercadoria vendida? A frase diz então, se você der poder a alguém, depois você recompra esse poder no mercado de escravos. Ou seja, no mercado de escravos, você não compra, por exemplo, um carro usado, mas o que você compra é o seu próprio poder vendido anteriormente. Como a tradução inglesa mostra, isso não foi o sentido da frase. Mas me surge quase que inevitavelmente em nível gramatical.
Ou o lhe poderia também significar «para você»? Daí, surgiria uma terceira interpretação: você dá o poder a alguém, e esse alguém então faz fiel uso do mandato, vendendo "para você" no mercado de escravos, sem que você mesmo teria que lidar com isso.
Ou tenho me dar conta de uma outra particularidade do português contemporâneo que é o "lheísmo", ou seja, um uso indevido e exagerado do pronome lhe? Como é que até mesmo escritores com muito sucesso em vendas possam cair nesta armadilha? Por que nenhum dos brasileiros que perguntava sobre a frase sequer chegava a ver esse problema que aqui expus e todos eles entendiam a frase corretamente (de acordo com a tradução para o inglês)?
Ou há aqui outros aspectos envolvidos que me fogem?
O adjetivo e o substantivo relativos aos Emirados Árabes Unidos e aos seus naturais ou habitantes poderiam ser "emiradense"? "Árabe-emiradense", "emiradense-árabe", "árabo-emiradense" também seriam formas corretas? O Ciberdúvidas, todavia, proporia outra(s)?
Muito obrigado.
Os meus parabéns pela contínua actualização do Ciberdúvidas, que tenho acompanhado desde o seu início, e com muito gosto. Queria perguntar-vos qual é o significado do nome Paiva, que sei ser de origem toponímica.
Agradecido desde já.
Vocês têm conhecimento dos prenomes femininos Irienes e Eleide (e informação sobre origem e significado), ou seriam eles "invenções" brasileiras?
Muito obrigado!
O que distingue um logograma de um ideograma? Se é que há alguma distinção. Consultei os mais variados dicionários e sítios online e, apesar de a maioria parecer tentar distingui-los, não consegui depois, lendo as definições, perceber o que os distingue de facto.
A região de "Ungro-Valáquia" (Europa Oriental) deve ter o seu nome escrito em português assim mesmo, ou seria melhor grafarmos "Húngaro-Valáquia"? O Aulete Digital consiga moldo-valaco e moldo-valáquio como gentílicos de Moldo-Valáquia, antigo principado e berço da atual Romênia, em que o elemento antepositivo é forma reduzida de Moldávia ou moldávio. Como o adjetivo húngaro, extenso, faz também as vezes de adjetivo antepositivo reduzido, creio que provavelmente é ele que devemos usar no caso. Já do topônimo Hungria, penso não haver forma reduzida dele.
Com a palavra o nosso auríssimo Cibedúvidas.
Muito obrigado.
Em primeiro lugar, os meus cumprimentos e parabéns por estarem aí desse lado.
Tenho alguma dificuldade em explicar como, a meio de um texto, expressões como «Silêncio!», «Porquê?» ou «Verde» possam entrar na categoria de frases. Especialmente quando é suposto que os nossos jovens percebam que uma frase é «um conjunto de palavras com sentido completo e pontuação adequada» — conforme explica um manual entre muitos.
Constituem algum género de frase distinto pela sua dimensão? No primeiro exemplo que dei, é simplesmente uma frase de tipo imperativo, ou, pelo tamanho reduzido, poderemos incluí-la noutro grupo? Têm direito a ser frases, ou não?
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