Por assimilação, entende-se um «processo fonológico em que um segmento fonético se identifica com um segmento vizinho ou dele se aproxima, ao adquirir um traço ou traços fonéticos desse segmento vizinho».
O termo assimilação aplica-se ao caso de [a] > [e] em primeiro, porque o segmento [a] perde o traço [+ recuado], passando a [-recuado] como [i], que lhe é contíguo. O resultado é [e], vogal menos [-recuada]. Dito de outro modo, o [a] passa a [e], porque se fecha em contacto com o [i], ou seja, assemelha-se ao [i], que é vogal fechada, em terminologia tradicional.
Note que estamos a falar de um processo de evolução fonética que deu origem ao ditongo [ej], que ainda hoje se ouve ao pronunciar-se primeiro em certos dialectos do português contemporâneo. Contudo, no português europeu-padrão, tal ditongo evoluiu no sentido de uma diferenciação dos seus elementos. É assim que se explica que se diga "primâiru" (em transcrição fonética: [pɾimɐjɾu]) nessa variedade do português.