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Dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes

800 verbetes, 20 mil definições

O nível de língua popular ou familiar toca muitas vezes o nível corrente e marca presença no texto literário. Do linguajar informal fazem parte expressões fixas ou fórmulas cristalizadas encontradas, não exaustivamente, em dicionários gerais. É o propósito deste Dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes, como o referem na  apresentação da obra os seus autores, Emanuel de Moura Correia Persília de Melim Teixeira (ed. Papiro Editora):

«Com mais de 800 entradas/verbetes e 20 000 locuções, expressões peculiares e designações que enxameiam os nossos dicionários, usadas, correntemente, no dia-a-dia, esta obra tem a particularidade de (poder) ser manuseada ou consultada com grande facilidade através de várias palavras-chave [verbos, adjectivos, substantivos, advérbios, preposições, pronomes] de uma determinada asserção ou da definição correspondente, que o consultante só conhece ou recorda por via de determinado vocábulo.

O modelo adoptado na sua produção, permite, assim, uma pesquisa directa e inversa, facto que releva uma particularidade inédita em relação a todas as outras publicações paralelas anteriormente vindas a lume, ou de alguma ainda existente nos escaparates, embora a sua presença no mercado livreiro seja (mesmo) quase nula. (...)»

Particularidade especial sobre a sua consulta: «Uma locução ou expressão que apresente, entre parênteses, uma preposição, como a, de, em, com, por, etc., um advérbio ou pronome significa que a frase também os aceita como fazendo parte do corpus. nome significa que a frase também os aceita como fazendo parte do corpus. São exemplos: não meter prego nem estopa (em) é igual a não meter prego nem estopa ou não meter prego nem estopa em; dar a mão (a) igual a dar a mão ou dar a mão a; como [Adão e Eva] os (nossos) primeiros pais igual a os primeiros pais ou os nossos primeiros pais; colher (os) louros igual a colher louros ou colher os louros; como (um) veludo igual a como veludo ou como um veludo, etc. Também surgem, aqui e acolá, os verbos pronominais, como, por exemplo, dar(-se) conta de, que se conjuga de uma maneira ou de outra, isto é, dar conta de ou dar-se conta de. Porém, em casos como salvar(-se)/ pôr(-se) a salvo, interpreta-se como salvar igual a pôr a salvo e salvar-se pôr-se a salvo

Alguns outros exemplos mais curiosos das 800 entradas desta excelente obra:

«Abadaàs abadas em grande quantidade ponta de abada corno (do animal); Abarbadoabarbado com a morte quase a morrer; prestes a deixar a vida. Babugemà babugem da água à superfície, à tona da água: andar à babugem andar às sobras; viver à custa alheia vir à babugem interessar-se por bagatelas; Bolinabracear à bolina:  orientar as velas ou mover as vergas em torno do mastro, de modo a aproveitar o vento navegar  à bolina navegar ora numa ora noutra direcção, obliquamente em relação à linha do vento, de forma que o deslocamento resultante coincida com o rumo pretendido vento à bolina oblíquo à direcção do navio. Caudinas forças caudinas: passagem difícil; grande humilhação passar pelas forças caudinas sofrer uma humilhação; transpor uma dificuldade; Catataulevar catatau: levar baixa; ter consumo; levar repreensão, castigo, Cegarregasair da cegarrega: sair da monotonia, do ramerrão; procurar variedade ser cegarrega ser pessoa tagarela, impertinente, enfadonha. Dependuraestar à/na dependura: estar em perigo de vida; estar na miséria ficar na dependura ficar sem dinheiro; Escacar – fazer em pandarecos.  Escacha‐pessegueirode escacha‐pessegueiro: de arromba; muito bom; assom-broso; extraordinário; contundente. Fregevirar em frege: provocar escânda- lo ou conflito. Galelaandar à galela: andar ao rebusco de azeitona; Galenodiscípulo de Galeno, médico; Galerianovida de galeriano: vida extremamente dura. Herodes andar de Herodes para Pilatos: andar de um lado para outro; andar muito azafamado. Imbirasestar nas imbiras: achar-se em más condições, em miséria, comprometido. Jaude jau em jales: de um lado para outro; de Herodes para Pilatos; Jeiraà jeira: a dias, à jorna.  Labaçollabaça obtusa, sinuada; Labaredalíngua de fogo Lábiater lábia: ser de presilha, ter palheta, ter lata. Macutapor macuta e meia: muito barato; Madalenachorar como uma madalena: derramar muitas lágrimas; Madeiramadeira a vau: madeira em jangada. Não‐prestacheio de não‐prestas,  adoentado, envaidecido, presunçoso, vaidoso, emproado; Não‐te‐ralesser não‐te‐rales, não levantar/mexer uma palha, ser um não‐te‐rales, ser pessoa indolente, preguiçosa, des- preocupada. Obstipação –  prisão de ventrePagelapagar às pagelas: pagar às prestações.  Quimangata andar de quimangata: andar às costas de um indígena, de um preto, de um homem; Quinau apanhar um quinau: apanhar uma lição, levar um correctivo, mostrar que se errou; Quincunceem quincunce: diz-se especialmente da plantação de árvores ou arbustos, por séries de cinco, nessa disposição. Rebusco – andar ao rebusco andar ao rabisco andar ao rebusco de azeitona andar à galela.  Socancra – à socancra pela calada. Tachoagarrar‐se ao tacho: segurar um cargo rendoso dar um bom tacho, a dar nicho, a ganhar para o tacho, ganhar para come, raspar o tacho gastar tudo o que tem, ter um bom tacho, fruir um emprego chorudo, ver o fundo ao tacho: não deixar comida nenhuma. Truzde truz: de arromba, excelente. magnífico, de primeira orde,  truz truz; voz imitativa de quem bate a uma porta. Tunda dar uma tunda: tocar o ripanço,  tunda aba de pau. Uchaficar à ucha: ficar sem nada; Ucharia onde é a sua ucharia? diz-se a quem faz pouco do que é dos outros; Unhacacara unhaca: pessoa com que se pode contar, que é da nossa opinião. Vaca‐friatornar/voltar à vaca‐fria: tornar a falar do que já foi falado, voltar a falar no mesmo assunto; Varridodoido varrido: louco rematado, sem ponta de juízo,  varrido de vergonha: desavergonhado, que não tem um vislumbre de vergonha; Vascanas vascas da morte: na agonia da morte;  Virga‐férreaà virga‐férrea: com o emprego de meios violentos, com severidade extrema, com todo o vigor;  Víspere – fazer víspere: abalar, fugir, sumir-se.  Xenxém – estar de xenxém: não ter di-nheiro; Xexé botica de xexé: casa sem ordem. Zamparinaà zamparina: com o chapéu inclinado para a frente e sobre a orelha direita; Zangarilheiraà zangarilheira: à vontade, livremente,; Zavadocara zavada: cara sem vergonha; Zucazuca que zuca: insistência; Zumbaiafazer zumbaias a alguém: adular.

 

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