«Ir para o maneta» ou, também, «mandar para o maneta» tem a seguinte origem, segundo escreve Orlando Neves, no seu Dicionário de Expressões Correntes (Notícias Editorial, Lisboa):
«Ao Senhor General de Divisão, Governador do Palácio de St. Cloud e Comandante da Segunda Divisão do Exército, de nome Loison, jamais terá passado pela cabeça que, quase dois séculos depois de ter estado [em Portugal], com o general de Junot, na primeira invasão francesa, a sua memória perduraria no povo português através de uma das mais populares expressões do nosso falar quotidiano: "mandar ou ir para o maneta", com o significado de "dar cabo de alguém ou de alguma coisa; destruir". É que o general Loison perdera um braço em anterior batalha e, enquanto esteve [em Portugal], revelou-se um homem de extrema ferocidade e malvadez, que exercia torturas violentas nos presos e foi responsável por várias mortes.
Thiébault, diz Raul Brandão, afirmou que Loison fora "um homem hábil, mau como um cão". Ficou na imaginação popular e correu em versos, de que ficam alguns exemplos:
"Entre os títeres generais
entrou um génio altivo
que ou era o Diabo vivo
ou tinha os mesmos sinais...
Aos alheios cabedais
lançava-se como seta,
namorava branca ou preta,
toda a idade lhe convinha.
Consigo três Emes tinha:
Manhoso, Mau e Maneta."
Ou estas duas quadras:
"Que generais é que devem
morrer ao som da trombeta?
Os três meninos da ordem:
Jinot, Laborde e Maneta.
O Jinot mai-lo Maneta
julgam Portugal já seu:
É do demo que os carregue
e também a quem lho deu."»
A expressão ir para o maneta vem igualmente registada no Dicionário de Expressões Populares Portuguesas, de Guilherme Augusto Simões [que lhe dá o significado de «escangalhar-se, estragar-se; perder-se (no sentido de não ter recuperação)»], e em Novos Dicionários de Expressões Idiomáticas, de António Nogueira Santos («desaparecer; acabar-se; avariar-se; morrer»).
Já Aqulino Ribeiro preferiu atestar a variante mandar para o maneta, como vem no seu Dicionário do Calão: «dar cabo de alguém ou escangalhar alguma coisa.»
Eduardo Nobre (in Novo Calão Português) também optou por mandar para o maneta: «escangalhar qualquer coisa.»