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Conversando é que a gente se entende

Dicionário de expressões coloquiais brasileiras

 «A alegria do palhaço é ver o circo pegar fogo», «acabar em pizza», «ao pé da letra», «de orelha em pé», «enfiar o pé na jaca», «andar na linha», «queimando a rosca», «pau na máquina», «soltando a franga», «fazer colher de pau e ainda bordar o cabo», «agasalhando o croquete», «ir para o outro lado», «botar a baratinha no espeto», «levar a tora para serrar» ou «ficar de olho vivo» – são algumas das 10 mil expressões idiomáticas, casos, ditos populares, gírias e bordões da linguagem popular no Brasil constantes neste dicionário da autoria do professor de português Nelson Cunha Mello*. Publicado no Rio de Janeiro em  2009, encontra-se disponível no mercado livreiro português apenas em formato e-book. Acessível, também, em PDF.

Com 512 páginas e prefácio assinado pelo professor, filólogo, lexicógrafo gramático e académico Evanildo BecharaConversando é que a gente se entende inclui ainda algumas «expressões que, ao longo do tempo, foram sendo modificadas pela tradição oral da língua, sofrendo, por isso, alterações na forma, na pronúncia e no sentido» – como  são os casos de «bicho carpinteiro», «quem tem boca vai a Roma» e «cor do burro quando foge», corruptelas de «[estar] com bicho pelo corpo inteiro»,«quem tem boca vai a Roma» e «corra do bruro, quando ele foge», respetivamente.

Nele estão incluídos, também, muitos termos do chamado futebolês, bem como neologismos do léxico político brasileiro. Entre outros: «mensalão», «showmício», «desconfiômetro», bordões da coloquialidade (ex.: «Calma, Betty!», «Muita calma nessa hora» e «Pedala, Robinho!»). Igualmente preciosos são os inúmeros exemplos do criativo vocabulário informal dos brasileiro, – tais como  «C-C» (cheiro do coco), «filezinho” (menina muito bonita), «lalau» (ladrão), «do caramba» (pessoa difícil ou complicada) ou «mosca de padaria» («dá em cima de todas as mulheres», mas não consegue ficar com nenhuma).

Um recolha notável esta do professor Nelson Cunha Mello sobre a prodigiosa inventiva popular na linguagem coloquial do português!

*Autor, também, do livro 400 motivos para você parar de maltratar o português (2015)

Cf. Dicionário explica expressões comuns da língua portuguesa, como 'ficar de olho vivo' entre outras Programa do JôProfessor de Português Nélson Cunha Mello fala sobre dois livros

 

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