Lembrar o terramoto que destruiu Lisboa, em1755, com nome em inglês, só se for para visitantes anglófonos...
Lembrar o terramoto que destruiu Lisboa, em1755, com nome em inglês, só se for para visitantes anglófonos...
«Muitos jornalistas portugueses – sobretudo nas televisões – parecem estar em conflito aberto com a nossa língua, enquanto namoriscam com o inglês.» Considerações do jornalista José Manuel Barata-Feyo, Provedor do Leitor do Público, que, na edição deste jornal de 2 de março de 2022, comenta as críticas dos leitores ao uso excessivo dos anglicismos, designadamente, o de duas expressões muito presentes na escrita mediática: «serviços de inteligência» e CEO.
«A expressão «ajuda letal» foi retomada recentemente na comunicação social portuguesa, associada ao contexto da guerra na Ucrânia para referir o apoio em armamento bélico ao Governo de Kiev por parte dos EUA e outros países ocidentais». Um modismo que encerra uma clara contradição, como explica a professora Carla Marques.
«[O] que nos diz a língua sobre a probabilidade de vencer ou obter um bom lugar no [Festival Eurovisão da Canção]? Desde a introdução das semifinais (uma a partir de 2004 e duas desde 2008) apenas três canções não inglesas venceram o concurso (“Molitva” da Sérvia, em 2007, “Amar pelos dois” de Portugal, em 2017, e “Zitti e Buoni” de Itália, no ano passado).» Uma reflexão crítica de Jéssica Mendes ao uso do inglês na canção "Saudade, saudade", de Maro, que representa Portugal na edição de 2022 do Festival Eurovisão da Canção.
Ao contrário do uso indistinto no Brasil, em Portugal sempre houve a diferença entre quem, às claras e, até por razões profissionais, presta informações disto ou daquilo (por exemplo, os meteorologistas, com «indicações sobre o tempo») e o seu inverso. Uma diferença substancial, mas cada vez mais ignorada nas traduções televisivas, como é o caso da série policial espanhola A Unidade, emitida na RTP 2
Um portal na internet com informação da oferta e da procura de emprego criado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. Com nome em inglês porquê?
Sendo o Sporting um clube – centenário, ainda por cima – de Portugal, qual a razão da opção pelo inglês em nomes como Backstage, Lion Zon, Out-of-the-box, Word Class Scouting, Team Manager, etc., etc, etc.? Interroga-se o jornalista José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas neste apontamento a respeito de mais um caso de abuso dos anglicismos.
O barbarismo insonso/a até já tem "consagração" dicionarística, mas...
Uma nova palavra entrou no léxico da covid-19 – e pelas piores razões, como tudo o que está a atingir o mundo por via da pandemia do SARS-CoV-2 e da denominação oficial da variante B.1.1.529. Como em todas as anteriores, a Organização Mundial de Saúde optou por uma letra do alfabeto grego, a 15.ª, precisamente. Reproduzida para o português, como palavra esdrúxula, a sua grafia leva obrigatoriamente acento no primeiro o, com a correspondente prolação. Regra que não tem sido seguida na comunicação social portuguesa. como aponta a professora Lúcia Vaz Pedro.
O tropeção no "à séria" continua a fazer das suas nos media portugueses. Desta vez, atacou a sério: foi no semanário português Expresso do dia 23 de outubro de 2021 – e logo na área da Cultura...–, a propósito da morte acidental da diretora de fotografia norte-americana Halyna Hutchins, por uma arma disparada pelo ator Alec Baldwin, durante as filmagens de um western, nos EUA.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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