Anatoliy Trubin, o recém-contratado guarda-redes ucraniano do Benfica, anunciou estar a aprender a comunicar em português. É certo que não é caso único com desportistas do Leste europeu, especialmente propensos para a aprendizagem das línguas dos países para onde emigram. Realidade, porém, que em nada pode diminuir o empenho de Trubin – tanto mais de aplaudir quanto a explicação que deu: «Acho justo que os novos jogadores [estrangeiros] aprendam a língua do clube e não que os jogadores locais aprendam a língua dos estrangeiros».
Foi o que disse — e fez —, igualmente, o espanhol Roberto Martinez, que, após menos de um ano nas funções de selecionador de Portugal, já fala fluentemente português, seja com os jogadores que passou a orientar, seja quando, e sempre, presta declarações à comunicação social, antes e depois dos jogos.
Precisamente o contrário do procedimento do alemão Roger Schmidt. Logo que chegou a Portugal para treinar o Benfica, deixou bem claro ao que vinha: só falaria em inglês, ponto. E não é que os jornalistas portugueses presentes nas conferências de imprensa dele se conformam sempre a essa vassalagem linguística (i.e., ao que o ucraniano Trubin considera — e bem — errado)?!
P.S. — Acaso alguém imagina José Mourinho a não ter mesmo de se expressar em italiano, como treinador da Roma (ou em espanhol quando foi treinador do Real Madrid)? Ou Leonardo Jardim e André Villas-Boas, em francês, quando treinavam o Mónaco e o Marselha, respetivamente?