«Qual é então oposto da hipérbole? É a hipossemia, que se caracteriza pela diminuição do conteúdo significativo das palavras.» Um apontamento de Chico Viana sobre um artifício retórico que minimiza afetivamente certos conteúdos enunciativos (mural Língua e Tradução, Facebook, 24 de setembro de 2021).
«O medo é uma herança genética que sua mãe te deu pra você passar pro seu filho. A maior parte dos medos que possuímos vem enraizada em nosso DNA de experiências ancestrais da humanidade.» São considerações do curador brasileiro Marcello Dantas. que enumera um conjunto de neofobias, isto é, «novas fobias», neste artigo publicado na revista brasileira Gama no dia 20 de outubro de 2021.
As palavras adaptam-se, ajustam-se, moldam-se à realidade, à sociedade e àqueles que as utilizam.
Quando a língua é viva, adquire novos significados para palavras que já existiam e faz nascer outras para exprimir o que há de novo.
Assim aconteceu com a palavra apneia e os seus derivados.
«Grande parte das palavras inglesas usadas na língua portuguesa não corresponde a uma necessidade da língua ou do pensamento, mas apenas a um snobismo – quando não a um fenómeno de preguiça mental», escreve* José Manuel Barata-Feyo, provedor do leitor do jornal Público
* no dia 23 de outubro de 2021
«Vivemos há anos sob a ditadura de algumas expressões que fazem estragos na política, porque de há muito o seu significado original se perdeu ou deixou de ter sentido» – afirma, em tom muito crítico, o historiador e político José Pacheco Pereira em artigo de opinião saído no jornal Público, em 23 de outubro 2021 (mantém-se a ortografia de 1945, adotada pelo autor).
Os adjetivos qualificativos atribuem propriedades aos nomes de natureza física, psicológica ou conceptual. São, por isso, fundamentais, na medida em que caracterizam os seres, os objetos ou as noções nomeadas pelo substantivo. Como a língua é dinâmica, surge a necessidade de se criarem novas palavras que vão sendo dicionarizadas. No entanto, existem outras, cheias de significado, que vão sendo esquecidas e que urge relembrar para mostrar quão rica é a nossa língua. Uma reflexão da professora Lúcia Vaz Pedro.
Dos significados de base do verbo cortar às expressões de que faz parte: este é o percurso da crónica da professora Carla Marques no programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, no dia 17 de outubro de 2021.
A propósito do livro Factos Escondidos da História de Portugal – O que Os Compêndios Não Nos Dizem (Lisboa, Oficina do Livro, 2021), do jornalista José Gomes Ferreira, apresentam-se três comentários à etimologia de três nomes geográficos – Portugal, Canadá e Califórnia. Um texto de Carlos Rocha.
Na imagem, a vista para poente na praia da Califórnia, em Sesimbra (fonte: portal da Câmara Municipal de Sesimbra).
«Embora retoricamente eficaz, a metáfora pode ao mesmo tempo limitar e distorcer a compreensão», revela a autora desta crónica acerca das metáforas militaristas da pandemia.
Crónica publicado no jornal do Público no dia 11 de outubro de 2021. A autora segue a norma ortográfica de 45.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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