1. Apesar de muito falado pelo mundo fora, o português tem ainda um estatuto subalterno na Europa, quantas vezes marginalizado pelas preocupações que dominam a vida deste continente. Contudo, o nosso idioma tem efetivamente as raízes europeias que lhe vêm do património latino, definindo-o como parente não só das línguas românicas (o espanhol, o catalão, o francês, o italiano ou o romeno), mas também, como se sabe, de todas as que constituem a família indo-europeia (o alemão, o grego ou as línguas eslavas são exemplos). Além destes laços linguísticos, importa sublinhar que, para o bem e para o mal, Portugal, o país donde a língua se expandiu para outras paragens, é um país europeu e membro da União Europeia. Assinale-se, portanto, o Dia da Europa*, que se comemora nesta data, propondo a leitura de várias respostas e artigos em arquivo que fazem eco dessa relação ora feliz ora tormentosa: "Europeidade e 'europeialidade'/'europalidade'"; "Euro, de novo"; "Eurorregião, de novo"; "Gentílicos usados pelos serviços da União Europeia"; "A soberania contra a língua"; "A grafia de nações da Europa de Leste"; "Novamente o português, língua da Europa"; "Estamos à altura da língua que temos? Um teste muito simples"; "Uma Europa que subalterniza o português"; "A pseudodefesa do português"; "O ensino de línguas estrangeiras, hoje na Europa".
* Ao lado, imagem de Sebastian Munster (conforme Johannes Bucius), Der Cosmography (a Europa em forma de rainha), Basileia, Suíça, c.1588 (fonte: Roderick Barron, "Bringing the map to life: European satyrical maps 1845-1945", Belgeo, 3-4, 2008, pp. 445-464).
2. Conforme se tem dado relevo, começa neste dia, prolongando-se até 11 de maio p. f., a XI Reunião Ordinária do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) na cidade da Praia, Cabo Verde. A abertura deste encontro conta com a presença do secretário executivo da CPLP, o embaixador moçambicano Murade Murargy, e tem entre os temas analisados o desenvolvimento do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC) e dos seus vocabulários nacionais.
3. Outro assunto que voltamos a assinalar é o relançar da polémica em Portugal à volta do Acordo Ortográfico (AO), no seguimento de declarações do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, em Moçambique Na rubrica Acordo Ortográfico, continua a fazer-se a atualização e disponibilização do muito que se tem dito na comunicação social portuguesa, pró e contra, acerca deste assunto, incluindo, já, a clarificação do secretário executivo da CPLP sobre a real posição de Angola e de Moçambique quanto à ratificação do AO. O conjunto destes textos está disponível aqui.
4. Na rubrica O Nosso Idioma, apresenta-se o registo em vídeo da palestra subordinada ao título "As palavras não são como o vento", proferida em 2015 pela professora Sandra Duarte Tavares, também nossa consultora.
5. Chegam novas perguntas ao consultório:
– o que quer dizer o termo prolepse, usado nos estudos literários?
– a que classe de palavras pertence um que do poema Cântico Negro, de José Régio (1903-1969)?
– como se contraem as sílabas de um verso?
– é correto fazer a inversão do sujeito numa frase declarativa?
– que significa e que plural tem a palavra mogol (não confundir com mongol)?