
Mesmo depois de uma fatia significativa da imprensa já estar a aplicar o Acordo Ortográfico, e já depois de se dar como certo que a nova ortografia vai entrar no sistema de ensino em 2011, há, ainda em Portugal, uma resistência feroz às alterações ortográficas residuais preconizadas pelo texto da reforma ortográfica. A ILC (Iniciativa Legislativa de Cidadãos) pugna ainda pela revogação da resolução que estipula a entrada em vigor do Acordo.
Mas há mais: no Facebook contam-se, neste momento, 40 grupos contra o Acordo — com designações que dariam estudos bem interessantes em pragmática linguística: há os assertivos («Pessoas que não se entendem com a hifenização do novo acordo ortográfico»), os justificativos («Se cumpro o acordo ortográfico é porque me enganei...»), os incitativos «(BOICOTE À IMPRENSA QUE ADOPTA O ACORDO ORTOGRÁFICO!»), os expressivos («Que se lixe o Acordo Ortográfico!»), os compromissivos («Nunca hei-de escrever conforme o acordo ortográfico»), etc.
Não há dúvida de que Evanildo Bechara tinha razão: o Acordo é para as gerações futuras.