1. A respeito de João Malaca Casteleiro, um dos membros da delegação portuguesa que elaborou o Acordo Ortográfico de 1990 (AO), escreve-se no jornal digital Observador (13/2/2017): «Passados quase 30 anos, o linguista afirma que nunca pensou que ainda estaria a falar do mesmo assunto. Apesar disso, sente que tem de o fazer para que todos percebam o que estava e está em causa, que nada foi feito ao acaso e que o novo Acordo Ortográfico, tal como é, foi a melhor solução final possível.» São frases introdutórias de uma entrevista conduzida pela jornalista Rita Cipriano, na qual, ainda a propósito da rejeição por parte do parlamento e governo portugueses da proposta da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) para aperfeiçoamento do AO, Malaca Casteleiro fala da história recente da ortografia em Portugal e faz duras críticas à atual presidência da ACL. Este trabalho fica disponível também na rubrica Acordo Ortográfico.
2. No seio da CPLP, continua a distinguir-se Angola, que não ratificou o AO. Igualmente na rubrica Acordo Ortográfico, transcreve-se um artigo saído no Jornal de Angola em 14/2/2017, sob o título "É preciso retificar para ratificar", cujo autor, Wa-Zani, faz o historial da posição angolana sobre esta matéria, considerando «relevante o trabalho aprovado em plenário [de 26/1/2017] pela Academia de Ciências de Lisboa», porque «a forma dinâmica e não estática de se encarar a questão do AO90 permite aos académicos e outros membros da sociedade civil abordarem esta problemática de forma abrangente, tolerante e descomplexada, diferentemente de muitos políticos, que fazem da Língua Portuguesa um cavalo de batalha».
3. Continuando com o tema da ortografia em clima de querela, registe-se a organização do cordão humano «Em aCção contra o "acordo ortográfico"» em 16 de fevereiro p. f., em Lisboa, da sede da ACL ao Tribunal Constitucional, evento da iniciativa da médica Madalena Homem Cardoso.
4. Na referência a um biénio, deve escrever-se 2016-2017, ou 2016-17? Quem ouve rádio é um radio-ouvinte, ou radiouvinte? E que história tem a palavra chalé? Estas e outras perguntas no consultório.
5. Sobre os programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa:
– «No fundo» «fui sempre uma criança que chorava» – confessou Fernando Pessoa, mas tal asserção não basta. Na Fundação Calouste Gulbenkian, de 9 a 11 de fevereiro de 2017, decorreu a 4.ª edição do Congresso Internacional Fernando Pessoa. Mais de 40 estudiosos da obra do autor de Ode Marítima e de Tabacaria apresentaram comunicações inéditas, lançaram questões e responderam a dúvidas do público. No Língua de Todos , transmitido na sexta-feira, 17 de fevereiro (às 13h15*, na RDP África, com repetição no sábado, 18 de fevereiro, depois do noticiário das 9h00*), Richard Zenith fala sobre o eu em Pessoa e a influência do inglês na obra do poeta, que, tendo vivido a adolescência em Durban (África do Sul), fez a escolarização nessa língua.
– O 4.º Congresso Internacional Fernando Pessoa também está em foco no Páginas de Português de domingo, 19 de fevereiro (na Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte, às 15h30*), numa conversa com o filósofo e escritor José Gil, que explica quem é Pessoa.
* Hora oficial de Portugal continental.
6. Voltamos com nova atualização na segunda-feira, dia 20 p.f.