As justificações que pessoalmente posso dar, senhora Professora, são mais do domínio psicológico que do linguístico.
No meu entender, temos uma grafia mais perfeita quando não abreviamos a representação dos anos. Acontecia, porém, que, em 1998/99, a abreviatura 99 era imediatamente apreendida pelo intelecto como significando 1999, porque o número 99 só podia ser uma abreviatura desse ano, no conjunto.
Já o mesmo não se passava em, por exemplo, 2002/03. De facto, lembremo-nos de que a norma de representação numérica das datas recomenda a seguinte ordem: ano/mês/dia (ex.: 2017/02/11). Então, em 2002/03, não estaríamos a representar março de 2002? O problema terá surgido logo no início do milénio e terá ficado o hábito de não abreviar no biénio, ...mas, inversamente, talvez tivesse sido para evitar a “bagunça”.
No conjunto em causa, 2016/2017, pode presentemente usar já a abreviatura 17 do ano 2017, porque 17 é superior a 12, número máximo de meses, e escrever: 2016/17; mas eu só usaria a abreviatura em 2032, para certeza de não haver nenhuma dúvida.
Noto que, quando se consideram dois anos, prefiro: biénio de 2016-2017. Com um hífen, aditivo (e); e não com a barra, que é disjuntiva (ou). Sublinho, porém, que, nesta minha preferência, já estamos no domínio das subtilezas que nos oferece esta nossa língua.