1. A comunicação social tem facultado aos falantes de língua portuguesa, no atual contexto do conflito israelo-palestino, um contacto frequente com as línguas faladas nessas latitudes, o que desencadeia a curiosidade relativamente aos idiomas e sistemas de escrita usados nas regiões em questão. Israel tem como língua oficial o hebraico moderno, uma língua semítica, pertencente à família das línguas afro-asiáticas, o chamado ivrit. Também já teve como língua oficial o árabe, falado por uma minoria árabe e por judeus oriundos de países arabófonos, mas retirou-lhe este estatuto em julho de 2018, com a lei do “Estado-nação judeu”, no âmbito da qual o árabe passou a ser considerado apenas uma língua com «estatuto especial». Atualmente, em Israel, encontramos ainda o iídiche, a língua tradicional dos judeus asquenazes, falada por israelitas com origens na Europa Oriental, e o ladino, a língua literária dos judeus sefarditas, originários de Portugal e de Espanha. Até à criação do Estado de Israel, o hebraico antigo não tinha expressão, sendo considerado uma língua litúrgica, usada apenas na escrita de textos académicos e lida nos textos da Torá. O hebraico moderno começou a ser desenhado entre os finais do século XIX e o início do século XX por mão do linguista Eliezer Ben-Yehuda e converteu-se numa língua atualmente falada por mais de 9 milhões de pessoas em todo o mundo. O hebraico moderno incorporou alguns elementos do árabe, do ladino, do iídiche, e de outras línguas presentes na Diáspora Judaica.
O alfabeto hebraico, conhecido como Alef-beit (nome das duas primeiras letras do alfabeto), é composto por 27 letras. O sistema de escrita hebraico é um abjad, ou consonantário, sistema comum a várias línguas do Médio Oriente, que se caracteriza pelo facto de praticamente todos os caracteres representarem consoantes. Na escrita, as vogais são representadas por sinais massoréticos, que são sinais diacríticos, denominados nekudot e que se colocam opcionalmente sobre, sob ou ao lado das consoantes. Estes diacríticos auxiliam a leitura, pois por vezes é difícil identificar a palavra representada se esta estiver grafada apenas com as consoantes. Não obstante, nos jornais e em livros, os diacríticos normalmente não são usados e tende-se a empregar certas letras com valor vocálico. Acrescente-se também que a escrita se orienta da direita para a esquerda.
Os idiomas da Palestina e suas características serão abordados na abertura da próxima sexta-feira, dia 3 de novembro.
2. As diferenças de significação do verbo premir entre o português europeu e o português do Brasil levam o consultor Paulo J. S. Barata a propor que os dicionários integrem este tipo de extensão dos significados nos verbetes correspondentes, de modo a permitir, por exemplo, aos falantes da variante europeia compreenderem a significação de uma sequência como «premido pelas circunstâncias».
3. A possibilidade de uso tanto da forma «qué-lo» como de «quere-o» é explicada detalhadamente pela colaboradora do Ciberdúvidas Inês Gama, no seu apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2.
4. O uso do hífen em compostos é frequentemente matéria de hesitação. Nesta reposta, analisa-se o caso das formas afro-portenho e afro-montevideano. No Consultório, poderão ainda ser consultadas as seguintes respostas a dúvidas colocadas: «Escada e escadas», «Locuções adverbiais de meio e instrumento», ««Comprar coleção» e «comprar uma peça»», «A sintaxe do nome vizinho», «A regência de vontade», «Encrespado e encristado», «Redifusão e ressequenciador», «O uso de um como sujeito indeterminado».
5. A professora universitária Dora Gago relata a sua experiência no âmbito do ensino do português na China, uma situação que envolve também a imersão linguística e a mudança de nome próprio (artigo partilhado com a devida vénia).
6. O agrião, as suas características e propriedades medicinais são analisados no artigo de Miguel Boieiro, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Naturalogia (partilhado com a devida vénia).
7. Divulgamos o início da 3.ª edição do curso em linha de Português Académico para Estudantes de Língua Eslava, da responsabilidade da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, uma formação com a duração de 6 semanas.