Como se intui logo no título deste livro da autoria da jornalista Vanessa Fidalgo (ed. Oficina do Livro), não podiam ser mais estrambólicos os nomes de algumas dos lugares, aldeias e vilas portuguesas, muitos deles «verdadeiramente intrigantes e que não lembram ao diabo»...

Por exemplo estes, «de meter medo ao susto», como constam no primeiro capitulo de Porque se Chama Assim? (A origem dos (estranhos) nomes de aldeias e vilas portuguesas): A-da-Mafra,  Mil Almas e Covas, Degolados, Mulher Morta, Rio Mau, Matança, Urros e Vale dos Azares. Ou os de «pura poesia popular (cap. II): Abadinho, Cucujães, Freixo de Espada à Cinta, Gostei, Filha Boa e Rapada. Ou, ainda, os «com direito a "bolinha"» (cap. 3): Ancas, Beco do Olho do Cu, Bicos, Coito, Picha ou Vale da Rata. Fora os registados nos capítulos dos «nomes ilustres» (Maçãs de Dona Maria e Jerusalém do Romeu), associados a rezas e lendas perdidas (Beselga, Calheta de Nesquim, Eira do Lobo, Juromenha, Ninho de Águia ou Santa Marta de Penaguião), assim como à Natureza (Amareleja, Arruda dos Vinhos,  Bico Sacho, Cuba do Alentejo, Folgozinho de A, Palheiros e Zibreira, entre outros).

São, ao todo, 225 os mais estranhos topónimos, de norte a sul de Portugal, registados neste originalíssimo trabalho da jornalista Vanessa Fidalgo, com uma cuidada explicação da origem dos nomes e da respetiva contextualização histórica e geográfica.

De registar, ainda, a pormenorizada bibliografia e sítios consultados pela autora e disponíveis para os leitores interessados no aprofundamento do tema.

Cf. Porque se Chama Assim? A origem dos nomes com "bolinha" de aldeias e vilas portuguesas + Sabe onde fica Cabeças Velhas ou Vale das Ratas? Viagem ao Portugal dos estranhos nomes nas palavras de Vanessa Fidalgo