1. O Ciberdúvidas perfaz 28 anos a 15 de janeiro. O projeto, lançado em 1997, nasceu da vontade dos jornalistas João Carreira Bom e José Mário Costa, que fundaram um espaço ao serviço da missão de «esclarecer, clarificar, facilitar – mas sem substituir, nunca, o que só a Gramática ensina e o Dicionário ou qualquer prontuário podem auxiliar» (nota de abertura de 15/01/97). E foi assim que o Ciberdúvidas deu o primeiro de muitos passos que o levaram a responder a milhares de dúvidas, a divulgar milhares de textos sobre a língua e a dar a conhecer centenas de publicações de interesse para o português. Pelo caminho, com registo nas suas Aberturas, observou a atualidade, acompanhou a espuma dos dias, guerras e eleições, grandes celebrações e uma pandemia. Descreveu como da realidade se fala e apontou incorreções e modismos, gralhas e estrangeirismos. Tudo a bem da língua que defende e dos falantes que a usam. Ao longo deste mais de um quarto de século, o Ciberdúvidas foi evoluindo na sua forma de comunicar e de se adaptar a um público cada vez mais vasto e com interesses diversificados. No sentido de ir ao encontro de leitores mais jovens, o projeto alargou a sua comunicação a diferentes redes sociais (Facebook, Instagram, TikTok) e inovou, criando rubricas como Ciberdúvidas Responde ou Ciberdúvidas vai às Escolas. Passou a acompanhar estudantes, que aprendem a língua, a formar professores, que a ensinam, e, neste percurso, deu início à edição dos seus Cadernos de Língua Portuguesa (1 e 2). E os projetos continuarão enquanto o Ciberdúvidas puder prosseguir na sua missão de serviço público em torno da língua!
2. No contexto dos 28 anos do Ciberdúvidas, a consultora e professora Carla Marques assinala a data com um texto em torno do ato ilocutório expressivo ao serviço do agradecimento, passando em revista as «inúmeras expressões que mostram como os atos de agradecimento e de reconhecimento se podem espraiar em inúmeras formas linguísticas». Nesta data em que o Ciberdúvidas reforça a sua afirmação como serviço livre e gratuito, que dá sem exigir em troca, recorda-se a importância do agradecimento vindo de quem questiona e consulta: «Todas estas manifestações de gratidão e de reconhecimento são matéria que nos motiva a cada dia e nos faz ter a certeza de que o que fazemos mantém utilidade e continua a fazer sentido porque a língua continua viva e continua a haver quem a queira cuidar ou compreender melhor.»
3. Como acontece em todas as atualizações, o Ciberdúvidas partilha com os seus leitores algumas das respostas que foi apresentando às dúvidas colocadas pelos consulentes. Destacamos os aspetos de natureza histórica relacionados com a evolução da significação do nome gesto ou com a origem dos sufixos -ão e -asco. Partilhamos ainda respostas relacionadas com aspetos sintáticos («Funções associadas ao nome comparação» ou «Argumentos do verbo perguntar»), com classes de palavras («A contração naquele»), com a ortografia e acentuação («Bem-feito e «bem feito»», «Sóis vs. sois»)) e com os valores das palavras em contexto («Bobo(a) e idiota»).
4. A consultora Inês Gama dedica a Dúvida da Semana aos uso do advérbio direito, a partir da construção «fazer as coisas direito», uma rubrica divulgada no programa Páginas de Português, da Antena 2.
5. Entre os eventos de relevo para a língua, destacamos:
– As conferências "As traduções de Os Lusíadas", no âmbito do ciclo de conferências dedicado às comemorações camonianas, organizadas pelo CITCEM (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), que contará com os seguintes convidados: José Adriano de Carvalho (Universidade do Porto-CITCEM) – Traduções para Espanhol); Isabel Almeida (Universidade de Lisboa – Centro de Estudos Clássicos) – Traduções para Francês; José Meirinhos (Universidade do Porto – Instituto de Filosofia) – Tradução para Mirandês (evento com lugar 12/01/2025, 15h, na sala DEPER, da Faculdade Letras da Universidade do Porto);
– O programa Mesa para Dois, da Antena 1, que teve como convidado o professor universitário e tradutor Marco Neves.