1. Numa altura em que Portugal atinge o número de «5 milhões» de vacinas administradas e no Japão se vive a «quarta vaga» de covid-19, o percurso da pandemia continua a colocar desafios relacionados com o facto de estarmos perante uma «infeção perversa» ou com a definição de «parâmetros epidemiológicos». Coloca-se também em primeiro plano o conflito entre o «interesse individual e o bem comum» ou as consequências do isolamento prolongado nas amizades. Em paralelo, cresce a preocupação dos cientistas relativamente à possibilidade de transmissão humana do vírus H5N8, responsável pela gripe aviária. A estas expressões destacadas juntam-se ainda «vírus de disseminação endémica e sazonal», «vírus de disseminação pandémica» e «economia de guerra», num total de 10 novas entradas para A covid-19 na língua.
Segunda imagem: anticorpos contra a covid-19
2. O Consultório recebe novas respostas relacionadas com as regências do adjetivo tarimbado e do verbo dependurar. Os valores dos tempos verbais continuam a levantar dúvidas, como se ilustra com as respostas «"Deixas-me curioso" vs. "Deixaste-me curioso"» e «A coocorrência das duas formas de mais-que-perfeito (simples e composto)». Apresentamos também duas questões relacionadas com a identificação de funções sintáticas de predicativo do sujeito e de complemento indireto, complemento oblíquo e modificador do grupo verbal. Por fim, um esclarecimento quanto à grafia da expressão «de má fama».
3. A identificação de uma deputada pela cor da pele, numa notícia da agência Lusa, levantou a questão da ideologia subjacente ao uso de adjetivos como preto, o que deu mote à crónica da professora Carla Marques (no programa Páginas de Português, da Antena 2, aqui transcrita).
4. Os usos de viva, ora como verbo ora como interjeição, são explicados pela professora Maria Regina Rocha no apontamento «Morram as pandemias!», motivado pelo título de uma crónica do provedor do leitor do jornal Público, do dia 1 de maio de 2021: «Viva as pandemias!»
5. A abordagem da narrativa épica Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, na perspetiva do seu ensino e aprendizagem, constitui a matéria do texto da professora Lúcia Vaz Pedro, disponível na rubrica Ensino, no qual aborda o estudo da obra como o culminar de um percurso de três anos (no 3.º ciclo do ensino em Portugal).
6. A questão do erro, visto tanto na perspetiva dos gramáticos como na dos linguistas, é explorada pelo linguista Aldo Bizzochi no artigo «Afinal, existe ou não existe erro de português?» (aqui transcrita com a devida vénia).
7. Entre as notícias relacionadas com a língua, destaque para o lançamento do manual escolar A Par e Passo (Edições Asa – Leya), da autoria das professoras Carla Marques e Ana Paula Neves (notícia aqui).