A parassíntese é uma forma de derivação muito específica que ocorre quando uma palavra, geralmente um verbo, é formada a partir de um nome ou de um adjectivo, pela associação simultânea de um sufixo e de um prefixo. Exemplifico, com base na Gramática da Língua Portuguesa, de Mira Mateus e outras, pág. 952, com, respectivamente, ensonado (en + son(o) + ado) e enfraquecer (en + frac(o) + ecer).
Se se retirar o prefixo, ou o sufixo, a estas duas palavras, não se obtém uma palavra reconhecida como tal na língua portuguesa: *sonado; *ensono; *fraquecer; *enfraco.
É este aspecto que distingue a parassíntese da derivação por prefixação e por sufixação vista de forma genérica e que ocorre em palavras como infelizmente, a qual, se despojada de sufixo ou de prefixo, continua a constituir uma palavra facilmente identificada como tal: infeliz; felizmente. Digamos que a parassíntese equivale a um subgrupo de palavras derivadas por prefixação e por sufixação.
Quanto à situação que indica relativa ao exame do 9.º ano, de 2006, 2.ª chamada, disponível em http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=32&fileName=pelpchamada1basico_2006.pdf, havia de facto um problema na constituição da questão relacionada com a formação de palavras, nomeadamente no que se refere às palavras associadas nos critérios de correcção ao grupo C, ou seja, as que aponta: adormecer, insuportável, refazer, desmontar e deformação. Embora na página do GAVE não tenha visto nenhuma menção a esse facto, encontrei no blogue Céu de Lisboa a informação, publicada no dia 15 de Julho de 2006, de que esse grupo teria sido anulado.
Em síntese, a resposta a dar à sua aluna passa, creio eu, pela identificação clara do subgrupo que a parassíntese constitui no grupo maior das palavras derivadas por prefixação e sufixação.
Bom trabalho!