Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Comparação de línguas
Francisco Pires estudante Jyväskylä, Finlândia 60K

Num livro que lia, encontrei o verbo "ociar". Fácil de compreender o seu respectivo significado, principalmente para quem conhece as palavras; ócio s.m., ocioso (ô) ociosa (ó) ociosos (ó) ociosas (ó), ociosidade s.f., ociosamente . (Do verbo lat. , otiāri) = Repousar Além de eu ter uma pequeníssima memória da sua existência nos meus tempos idos, a dúvida foi mais forte e pensei que fosse um neologismo.

 Pesquisando na net, encontrei-a no espanhol (ociar) e no italiano (oziare), nada no português ou galego. Pesquisando em dicionários do século XIX, encontrei o verbo ociar. Como já tivemos este verbo, não é um neologismo, mas um arcaísmo, mas, como parece que o verbo está a ser reintegrado no nosso dia a dia, poder-se-á dizer que é um paleologismo? Neologismo = é o emprego de uma nova unidade lexical. Arcaísmo = emprega de modo passivo uma palavra que já não pertence ao âmbito lexicográfico. Paleologismo = é o reemprego de uma palavra que já existiu na língua, entrou em desuso e foi reincorporada.

 Além de que a palavra "paleologismo" parece ser um neologismo, porque não a consegui encontrar nos dicionários portugueses mais famosos. Parece que temos que dar graças ao google.

 Obrigado. 

Leandro Peres Estudante Monteiro, Brasil 9K

Na frase em português «eu me sinto bem», o verbo é reflexivo, mas no inglês a frase fica assim: I feel good. A lógica no português é que neste caso a pessoa é praticante e vítima da ação ao mesmo tempo, mas no inglês não. Falando de uma maneira não gramatical, por que no português o verbo é reflexivo, e no inglês não? Por que existe a diferença na forma de pensar na ação (sentir) nessas duas línguas? A lógica não deveria ser a mesma?

João Carlos Amorim Reformado Lisboa, Portugal 6K

A começar pelo próprio Éder, quando dedicou o golo que deu o título a Portugal de campeão europeu de futebol à sua mental coach, que o anglicismo, mais um, passou a moda... mediática. Acaso não haverá correspondência em português?

Kitoko Domingos Uíge, Angola 11K

Gostaria de compreender o que é a harmonização vocálica e como funciona.

Obrigado pela atenção.

Maria Alice Silva Vieira Professora de História S. João da Madeira, Portugal 3K

Há uma cidade russa cujo nome transcrito seria "Voronej", embora se pronuncie "Varonej", pois a letra "o" átona, em russo, lê-se "a".

1.ª pergunta — Devemos dizer em português "Voronej", ou "Varonej"?

2.ª pergunta — Os habitantes dessa cidade serão "Voronejianos", "varonejianos", "voronenses", "varonenses"?

Agradeço a vossa ajuda desde já.

João Cachopo Investigador Lisboa, Portugal 10K

Existindo a expressão «face a face» (sendo legítimo, por exemplo, falar num face a face entre x e y), como se forma o plural da expressão? Concretamente, como traduzir «un énoncé grandiose (...) de face-à-face messianiques...»?

Paulo Araújo Economista Rio de Janeiro, Brasil 11K

Relativamente ao estranho quiasmo de um consulente lisboeta, em 23/11, na consulta Quiasmo e anástrofe, respondida por Pedro Mateus, gostaria de comentar e ao mesmo tempo perguntar sobre a pronúncia da letra grega χ, ali transliterada foneticamente para "qui". Assim já a encontrei em diversos registros, mas acredito que assim se imagina, em português, por não termos em nossa língua o som aspirado do "h" em inglês, do "j" em espanhol ou de outros em outras línguas que não me vêm à memória, neste momento. Pediria um esclarecimento, não sem antes dizer ao consulente lisboeta que existem, aqui no Brasil, uns versinhos sobre o tipo, o ambiente e a condição de quem escreve poesias nesse inusitado local:

«Triste sorte,

triste sina,

ser poeta,

de latrina»

Obrigado, e desculpem o tom jocoso no final; minha consulta, no entanto, é séria.

Rui Macedo Estudante Rio de Janeiro, Brasil 41K

Minha dúvida é: qual a diferença entre composto e substância? Embora em livros de química seja possível encontrar definições para estas palavras, vale destacar que a maioria desses textos didáticos são traduções de textos originalmente escritos em inglês. Sei que a origem das palavras composto e seu suposto equivalente em inglês compound possuem origens semanticamente distintas. A explicação que me deram foi: quando temos uma substância pura, deve-se dizer, p. ex, «isolou-se a substância»; quando tratar-se de misturas de duas ou mais substâncias, deve-se dizer «isolou-se os compostos». Já em textos de química a diferenciação é feita considerando-se os átomos que compõem uma molécula em particular da "substância". Caso seja composta de um único átomo, seria uma «substância simples»; caso seja composta de dois ou mais diferentes átomos, já seria uma «substância composta» ou simplesmente dizendo um «composto». Isso seria verdade se a tradução literal de compound fosse composto em português. Porém, disseram-me que as duas palavras possuem origens distintas, e, portanto, não podem ser interpretadas literalmente. Enfim, vocês poderiam, por gentileza, esclarecer a minha dúvida sobre a origem semântica de substância e composto em português, quebrando o paradigma criado pela interpretação errônea da palavra compound.

Muito obrigado.

Fernanda Hamann Psicanalista Rio de Janeiro, Brasil 9K

Estaria correto dizer «como para» — tal como se faz em castelhano?

Ex.: «Olhou à sua volta, como para avaliar se alguém se aproximava.»

Ricardo Rego Analista de fraude Londres, Reino Unido 6K

Devido a motivos de tradução de material inglês para português, deparo-me com o problema da definição do género no nome da empresa para o qual trabalho: PokerStars.

Tal como me foi ensinado na universidade, as palavras estrangeiras, ainda não assimiladas pelo vocabulário português, são, por convenção, masculinas.

No entanto, eu e os meus colegas portugueses estamos num impasse no facto do género da palavra PokerStars. Pessoalmente, sigo a convenção do género masculino, mas os meus colegas seguem a ideia de que os nomes de empresas terão de ser femininos (a Microsoft, a TMN, etc.).

Gostaria que me tirassem esta dúvida que já me assombra há um tempo...