A correção das opções apresentadas terá de ser avaliada em função da intenção associada à frase.
Assim, poderemos ter a intenção de referir
(i) um intervalo temporal que tem início num momento passado e que se prolonga até ao momento da enunciação;
(ii) uma situação que se verificou no passado e que ainda se verifica habitualmente no presente, contrastando os dois intervalos de tempo.
Considerando a primeira situação, verificamos, por meio de uma consulta ao Corpus do português de Mike Davies, que, em casos equivalentes, se verifica uma tendência para o uso de pretérito perfeito / imperfeito do indicativo.
Os advérbios antigamente e modernamente representam um intervalo temporal que localiza as situações relativamente ao momento da enunciação: antigamente, num intervalo passado; modernamente, num intervalo que ocorre até a um momento próximo do momento de enunciação (equivalente a «até há pouco tempo»).
Não obstante, neste contexto, o verbo da frase poderá ter tendência a estabelecer uma relação de coesão temporal com o advérbio que estiver mais próximo de si, como se observa nas frases seguintes com ontem e hoje:
(1) «Ontem e hoje, veem televisão.»
(2) «Viram televisão, ontem e hoje.»
Por outro lado, e considerando a segunda possibilidade apresentada acima, antigamente e modernamente, ao estabelecerem uma relação entre si, podem ser apresentados com uma intenção de contrastar os dois tempos. Neste caso, será estanha a opção tanto pelo presente como pelo imperfeito do indicativo, pelo que a solução passará talvez pela introdução de uma nova forma verbal na frase, que assegure a coesão temporal do enunciado:
(3) «antigamente, dizia-se e, modernamente, diz-se também [...]»
Disponha sempre!