Com a expressão «a maioria de», recomenda-se a concordância verbal no singular, com a palavra maioria, adotando um critério estritamente sintático. Mas, como muitas vezes a construção «a maioria de...» tem por complemento uma expressão nominal no plural, aceita-se que o verbo ocorra também no plural concordando com essa expressão nominal. Por outras palavras, não se pode dizer que estejam incorretas as sequências «a maioria das pessoas vivem» ou «a maioria das pessoas são».
Note-se, porém, que a concordância da ocorrência do verbo viver na frase em causa se verifica numa oração relativa e, portanto, o seu sujeito é o pronome relativo que, e não «a maioria das pessoas» nem «as pessoas»:
1 – «... a maioria das pessoas que vivem em bairros como Molenbeek...»
Em 1, a expressão «a maioria de...» especifica uma expressão nominal – «as pessoas que vivem em bairros como Molenbeek...» –, modificada pela oração subordinada adjetiva relativa «que vivem em bairros como Molenbeek...». O antecedente de que é, portanto, «as pessoas», e não «a maioria d(as pessoas)», e, como tal, o verbo («vivem») pluraliza de acordo com o pronome que, cujo valor de plural se deve justamente ao seu antecedente, «as pessoas», no plural.