Em português, existe a noção de tempo composto («tinha feito», «tem feito»), mas não a de verbo composto.
O português é uma língua românica, o que significa que apresenta diferenças importantes em relação aos padrões de formação de verbos do inglês ou de outras línguas do respetivo ramo linguístico – as línguas germânicas. Não há, portanto, em língua portuguesa verbos que se pareçam aos phrasal verbs, que têm algum parentesco com os verbos de partícula do alemão.
No entanto, o português pode formar verbos por prefixação (pré-datar) que sugerem alguma afinidade com os prepositional verbs.
Os tempos compostos do português («ter feito») e a associação de auxiliares modais («poder/dever/ter de fazer») correspondem às construções verbais com auxiliares do inglês.
Contudo, não existem compound-single word verbs, pois, na verdade, o que se consegue em português é fazer derivar um verbo de um composto nominal: curto-circuitar (de curto-circuito).
Quanto às traduções dos termos ingleses aplicáveis aos diferentes tipos de verbos, as expressões interrogadas pelo consulente são aceitáveis, mas há outras que podem depender um pouco do quadro teórico da descrição. o que exigiria um inventário que não é aqui possível realizar.
Note-se, por último, que na descrição do sistema verbal do português se fala em complexo verbal, e não em "verbo composto", sempre em referência a formas verbais constituídas por auxiliar + verbo principal: «tenho feito», «vai fazer», «tem de fazer» (cf. Complexo verbal in Dicionário Terminológico).