DÚVIDAS

O ensino dos tempos compostos no indicativo a alunos de 6.º ano

Sou estagiária e brevemente tenho de ensinar os tempos compostos no indicativo a alunos de 6.º ano, alguns com necessidades educativas especiais.

Gostava de ter uma opinião acerca da melhor forma de abordar o assunto.

Resposta

Não possuindo formação específica na área da pedagogia ou da metodologia do ensino do Português, sinto-me pouco habilitada a transmitir-lhe uma opinião sobre a melhor forma de ensinar determinada matéria a alunos de um dado nível de ensino, independentemente das suas necessidades educativas.

Atrevo-me, no entanto, a fazer algumas sugestões que talvez lhe forneçam pistas úteis.

As gramáticas orientadas para o 2.º ciclo do ensino básico fazem referência aos tempos compostos, pelo que o suporte teórico é fornecido pelos manuais.

No entanto, sabemos como a abordagem puramente gramatical pode ser desmotivante e difícil. Assim, para garantir a compreensão do conteúdo, eu apoiar-me-ia num número alargado de exemplos (fornecidos antes, durante e depois da exposição das regras de formação dos tempos compostos) e, sobretudo, centraria a abordagem na utilidade particular de cada tempo composto, para dar aos alunos a oportunidade de compreender por que motivo esses tempos são importantes e úteis no discurso oral e escrito. Finalmente, proporia actividades em que os alunos completassem ou construíssem frases utilizando tempos compostos, como forma de consolidação dos conhecimentos.

Por exemplo:

Pretérito mais-que-perfeito composto

frases exemplificativas:

«A prova correu-me bem, porque eu tinha estudado

«Ele nunca tinha visto um cão tão bem comportado como aquele.»

Etc.

Formas a destacar: tinha estudado, tinha visto, etc. (explicar como se constrói o tempo em questão: verbo auxiliar ter no pretérito imperfeito do indicativo e verbo principal no particípio passado).

Uso: para nos referirmos a uma acção praticada num momento passado anterior a outro momento passado; em relação às frases acima indicadas — 1.º caso: «primeiro estudei; depois fiz a prova»; 2.º caso: «não viu durante toda a sua vida, até àquele dia; naquele dia viu»; etc.

Exemplo de actividade: preencher espaços em branco em frases onde faltam os tempos compostos. Por exemplo:

«Eu ainda não ____________ (FAZER) o desenho, mas o meu irmão adivinhou logo que era um carro!»

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa