As orações subordinadas adverbiais temporais podem construir-se com modo indicativo ou conjuntivo. A primeira opção tem lugar nos casos em que se pretende apresentar a situação descrita pelo verbo da subordinada como verdadeira:
(1) «Quando chegas a casa, tomas sempre um café.»
O modo conjuntivo, por seu turno, é selecionado quando se pretende indicar que a situação é falsa ou apenas uma eventualidade:
(2) «Quando chegares a casa, descansa um pouco.» (não se sabe quando ou se chegará)
O tempo verbal a selecionar no âmbito do modo conjuntivo está relacionado com a mensagem que se pretende veicular. Não obstante, com a conjunção quando, o tempo a utilizar é tipicamente o futuro do conjuntivo, através do qual se exprime uma situação eventual futura:
(3) «Quando provares este prato, vais conhecer uma das maravilhas do mundo.»
O presente do conjuntivo é usado quando se pretende associar um sentido genérico eventual à subordinada temporal e surge preferencialmente associado a locuções subordinativas temporais como logo que, sempre que, assim que:
(4) «Logo que proves este prato, percebes que é uma das maravilhas do mundo.»
(5) «Sempre que proves este prato, percebes que é uma das maravilhas do mundo.»
(6) «Assim que proves este prato, percebes que é uma das maravilhas do mundo.»
Com estas mesmas locuções pode também usar-se o futuro do conjuntivo, opção que reforça o valor de futuridade da eventualidade expressa pela oração subordinada.
Várias gramáticas apresentam os modos/tempos típicos de cada oração subordinada, como é o caso de Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo. Ed. Sá da Costa (de forma mais normativa) ou Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian (de modo mais descritivo). Uma opção mais clássica será, por exemplo, Paul Tessier, Manual de Língua Portuguesa. Coimbra Editora.
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