É possível usar o presente do conjuntivo nas orações subordinadas adjetivas relativas e nas adverbiais temporais, mas o valor semântico associado é um pouco diferente do associado ao futuro do conjuntivo.
Assim:
1. «Quem estude hoje, não chumba.»
A frase 1 tem mais valor presente ou genérico do que propriamente futuro.
2. «Os carros que estejam na rua podem ser rebocados.»
3. «Irei buscar-te onde estejas.»
O valor de presente fica salientado em 2 e 3.
Assinale-se que se trata de ocorrências especiais do presente do conjuntivo, como, aliás, aponta Paul Teyssier, quando se refere a esta possibilidade no Manual de Língua Portuguesa (Coimbra Editora, 1989, p. 284):
«As subordinadas [...] [temporais e relativas] podem admitir igualmente o presente do conjuntivo, p. ex.:
Eu vou para Coimbra logo que esteja bom. [...]
Podia ter-se dito igualmente "logo que estiver bom". Se alguma diferença de sentido existe entre os dois tempos, é a seguinte:
– O conj. pres. exprime uma eventualidade pura e simples.
– O conj. futuro exprime uma eventualidade nitidamente situada no futuro.
Na prática, o futuro do conjuntivo é muito mais frequente que o presente em enunciados deste tipo.»
Quanto ao uso que se atesta em Garrett, é preciso ter em conta que se trata de um autor da primeira metade do século XIX, o que pode significar que o uso do futuro do conjuntivo não seria tão sistemático nessa época.