O melhor é consultar os registos de vocabulários ortográficos que tenham também informação sobre a flexão.
Verá o consulente que claro-escuro tem, pelo menos, desde 1966 – ano da publicação do Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves – a seguinte flexão no plural:
a) se for nome: «os claros-escuros», ou seja, ambos os formantes pluralizam;
b) se for adjetivo: «claro-escuros/as», em que o primeiro elemento não vai para o plural, só o segundo.
O Vocabulário Ortográfico do Português (Portal da Língua, 2010) regista também como plural do uso nominal claros-escuros (não contempla o uso adjetival)1.
Neste caso, os vocabulários da Academia das Ciências de Lisboa e o da Porto Editora pouco ajudam, porque apresentam os plurais, mas sem indicação do seu uso. O vocabulário da Academia Brasileira de Letras faz o mesmo: apresenta os plurais, mas sem os relacionar com usos nominais e usos adjetivais.
Em suma, se se empregar claro-escuro como nome, o plural é claros-escuros.
1 Consultar também o recente vol. III da Gramática do Português da Fundação C.Gulbenkian (2020, pp. 3206/3207).