Na base XIX do Acordo Ortográfico de 1990, alínea g), diz-se que a maiúscula é usada «Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático».
Inserem-se claramente no que esta alínea preconiza as expressões «o Norte (região de Portugal)» e «nordeste transmontano». Como equivalentes, poderemos considerar «região centro (de Portugal)» e «sotavento (algarvio)». No caso deste último, e segundo esta interpretação, se dissermos apenas Sotavento, estamos a generalizar e poderemos usar a maiúscula, enquanto no uso de «sotavento algarvio» se recorre à minúscula.
Por seu lado, na alínea i), é referido que a maiúscula é usada «Opcionalmente, [...] em categorizações de logradouros públicos (rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha)».
De uma forma rigorosa, creio que não poderemos incluir os restantes casos nesta alínea. Porém, se alargarmos «logradouros públicos» a referências geográficas, poderemos inserir aqui «cabo Carvoeiro, serra da Estrela, arquipélago dos Açores». E, nesse caso, como de certo modo o uso já consagra, poderemos usar indistintamente a maiúscula, ou a minúscula.
Os restantes casos não sofrem alteração com o novo acordo. Porém, o Vocabulário Ortográfico da Porto Editora, quer na versão em papel, quer na versão em linha, dá-nos pistas sobre algumas das situações que coloca. Assim, divergem da sua proposta «Mar Mediterrâneo» e «Península Ibérica», para as quais é proposta a maiúscula nas duas palavras. Porém o uso tem consagrado «mar Mediterrâneo», a par de «Mar Mediterrâneo», podendo, pois, a meu ver, ser usadas ambas as hipóteses.
Já no caso de Península Ibérica, talvez pelo facto de Ibérica ser um adjectivo, as duas palavras são consideradas, em conjunto, como um topónimo, devendo ficar, por isso, ambas com maiúscula. No caso de Ilhas Britânicas, o vocabulário referido é omisso, mas sempre que se trata de um topónimo em que entre a palavra ilha, esta está escrita com maiúscula, como em Ilhas Caimão, Ilhas Virgens Britânicas, etc., pelo que poderemos igualmente considerar tratar-se, no conjunto, de um topónimo, ficando ambas no plural.
Nos restantes casos, a grafia que propõe está adequada.