O geónimo Península Ibérica reduz-se muitas vezes a Península, também com maiúscula inicial.
Na grafia deste geónimo, têm-se mantido desde os anos 40 do século passado os critérios aplicados aos nomes designativos de acidentes geográficos, conforme foram formulados por Rebelo Gonçalves no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (1947, p. 337-339), a saber:
– emprega-se minúscula inicial «nos substantivos que significam acidentes geográficos, tais como arquipélago, baía, cabo, ilha, lago, mar, monte, península, rio, serra, vale e tantos outros, quando seguidos de designações que os especificam toponimicamente: [...] península de Malaca [...]» (p. 338);
– contudo, «há combinações vocabulares que não se integram no preceito anterior, porque, apesar de baseadas em palavras designativas de acidentes geográficos, formam no seu conjunto locuções toponímicas e, consequentemente, não dispensam a maiúscula inicial aqueles elementos: Grandes Lagos, Península Ibérica, etc. [...]» (idem, pp. 338/339).
Na mesma fonte, indica-se em nota que a redução de Península Ibérica é Península, com inicial maiúscula (idem, ibidem). Anos mais tarde, no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), Rebelo Gonçalves consigna igualmente Península com maiúscula inicial, forma que descreve como «redução de Península Hispânica ou Península Ibérica».
Este preceito continua válido: o geónimo Península Ibérica mantém a maiúscula inicial no primeiro elemento, conforme registo do Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Portal da Língua Portuguesa; daqui se infere que a sua redução também exibirá o P maiúsculo – «a Península» (= «a Península Ibérica»).