O Acordo Ortográfico de 1990 é omisso quanto ao uso de maiúscula ou minúscula no que a acidentes geográfico concerne, contudo a Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, p. 1020) propõe que, como convenção, os nomes a que chama «classificadores toponímicos» (acidentes geográficos) se grafem com minúscula inicial, trazendo assim a norma que vigorava no Acordo Ortográfico de 1945.
Pelo exposto, aquilo que se sugere é que se grafe «cataratas do Niágara»1 quando nos queremos referir ao agrupamento de grandes cataratas (quedas-d'água) no rio Niágara.
Por outro lado, a cidade que se encontra perto destas cataratas denomina-se, também, Cataratas do Niágara (em inglês Niagara Falls, no estado de Ontário, no Canadá) e, aqui, todo o nome deve ser grafado com iniciais maiusculas.
Relativamente à possibilidade de existir a grafia queda-d'água, esta tem registo dicionarístico, como sinónimo de catarata – «corrente de água que cai de uma certa altura, acompanhando a disposição vertical do terreno» (Infopédia). Sem poder negar que «queda de água» seja, também, sinónimo de catarata, esta expressão é, contudo, ao contrário de queda-dágua, um sintagma correntemente interpretado em função dos seus elementos constituintes, i.e., pode ser interpretado como o «momento em que a água cai» – vejam-se os exemplos de copo-d'água (festa que celebra o casamento) e copo de água.
1 A forma correta do segundo termo do topónimo é Niágara (cf. Rebelo Gonçalves, Vocabulário de Língua Portuguesa, 1966).